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A saúde em risco: os problemas que atingem trabalhadores de call centers

Seminário reuniu na Universidade Unieuro sindicalistas, professores, pesquisadores, advogados, estudantes universitários e teleoperadores para debater a precarização do trabalho nos call centers

Escrito por: Edvaldo Ferreira • Publicado em: 20/11/2018 - 12:40 • Última modificação: 20/11/2018 - 16:08 Escrito por: Edvaldo Ferreira Publicado em: 20/11/2018 - 12:40 Última modificação: 20/11/2018 - 16:08

Edvaldo Ferreira

Na segunda-feira (19/11), o escritório Mauro Menezes & Advogados e Sinttel-DF realizaram o seminário “Por um fio: a vulnerabilidade das trabalhadoras e trabalhadores em teleatendimento”, para debater as péssimas condições de trabalho nos call centers do Distrito Federal e do Brasil. Dezenas de pessoas entre sindicalistas, advogados, pesquisadores, professores, trabalhadores de call centers, estudantes universitários e convidados participaram do evento no Auditório da Universidade Unieuro. Para o diretor do Sinttel-DF Geraldo Coan, o seminário foi fundamental para discutir os problemas que afetam a categoria, bem como planejar ações concretas para enfrentar essa realidade, que piorou depois da reforma trabalhista.

De acordo com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro João Batista Brito Pereira, os problemas trabalhistas que atingem os teleoperadores nos call centers são bastante conhecidos e muitos resultaram em ações na Justiça do Trabalho. “É raro uma demanda de um trabalhador de teleatendimento que não tenha uma queixa sobre assédio moral. É muito raro porque o ambiente de trabalho não é dos melhores ou às vezes é o tratamento que não é dos melhores”, enfatizou. 

Segundo a professora da UNICAMP, Selma Borghi Venco, a migração de vários call centers para a Região Nordeste, principalmente nos estados da Bahia e Paraíba, resultou em uma piora nas condições trabalho e desrespeito às normas estabelecidas na NR 17 “...É uma volta ao passado porque com essa ida para o Nordeste elas [empresas] recuperaram aspectos [práticas] que já foram combatidos pelo movimento sindical em São Paulo”. Ainda de acordo com a pesquisadora, tem coisas [trabalho precário] que acontecem atualmente no ambiente de trabalho como se a NR 17 não existisse, por isso, é preciso conhecer essas regras e exigir das empresas o cumprimento da lei.

 

A trabalhadora de call center e representante sindical Shirlei Pereira dos Santos Rodrigues, denunciou que os teleoperadores são pressionados de forma sistemática para alcançarem as metas estabelecidas pelas empresas e, consequentemente, o número de trabalhadores afastados por motivos de doenças ligadas ao exercício da profissão é assustador. “O adoecimento é causado pelos atendimentos estressantes. Estamos sempre à disposição da empresa para gerar lucro, mas ela não se dispõe a cuidar dos seus empregados”, afirmou. Shirlei acrescentou ainda que o sindicato combate diariamente essas práticas cruéis e desumanas no ambiente de trabalho e desperta nos trabalhadores a consciência política para lutarem junto com a entidade sindical por melhores condições de trabalho nas empresas.

Para o presidente do Sinttel-DF, Brígido Ramos, o seminário foi mais um momento fundamental para discutir as atrocidades que ocorrem nos call centers do Distrito Federal e pelo país a fora. Saber que nossos jovens estão adoecendo nos call centers é assustador, o que exige do movimento sindical uma ação conjunta para combater essas práticas tão nefastas e perversas. Além do Sinttel-DF, participaram do seminário a Fitratelp, Sinttel-PI, Sinttel-PB, Sinttel-RS, Sinttel-SE, Sinttel-PA e Sinttel-MG. A deputada federal reeleita Erika Kokay (PT-DF) participou da abertura seminário e reafirmou à direção do Sinttel-DF a necessidade de realização de audiências públicas na Câmara dos Deputados para debater a precarização do trabalho nos call centers, a regulamentação da profissão de teleoperador e criação do piso nacional da categoria.

De acordo com o presidente da Fitratelp, João de Moura Neto, os trabalhadores unidos ao sindicato têm que dar um basta na precarização das condições de trabalho nos call centers. “Existe uma exploração sem limites nos call centers pelo país a fora e, se nada não for feito para proteger esses trabalhadores, teremos no futuro próximo um número cada vez maior de jovens com problemas de saúde devido às atividades estressantes que exercem”. Para Moura, a pesquisadora Selma Borghi Venco trouxe para o seminário experiência e dados de 23 anos de estudos desse segmento, o que enriqueceu o debate. 

Título: A saúde em risco: os problemas que atingem trabalhadores de call centers, Conteúdo: Na segunda-feira (19/11), o escritório Mauro Menezes & Advogados e Sinttel-DF realizaram o seminário “Por um fio: a vulnerabilidade das trabalhadoras e trabalhadores em teleatendimento”, para debater as péssimas condições de trabalho nos call centers do Distrito Federal e do Brasil. Dezenas de pessoas entre sindicalistas, advogados, pesquisadores, professores, trabalhadores de call centers, estudantes universitários e convidados participaram do evento no Auditório da Universidade Unieuro. Para o diretor do Sinttel-DF Geraldo Coan, o seminário foi fundamental para discutir os problemas que afetam a categoria, bem como planejar ações concretas para enfrentar essa realidade, que piorou depois da reforma trabalhista. De acordo com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro João Batista Brito Pereira, os problemas trabalhistas que atingem os teleoperadores nos call centers são bastante conhecidos e muitos resultaram em ações na Justiça do Trabalho. “É raro uma demanda de um trabalhador de teleatendimento que não tenha uma queixa sobre assédio moral. É muito raro porque o ambiente de trabalho não é dos melhores ou às vezes é o tratamento que não é dos melhores”, enfatizou.  Segundo a professora da UNICAMP, Selma Borghi Venco, a migração de vários call centers para a Região Nordeste, principalmente nos estados da Bahia e Paraíba, resultou em uma piora nas condições trabalho e desrespeito às normas estabelecidas na NR 17 “...É uma volta ao passado porque com essa ida para o Nordeste elas [empresas] recuperaram aspectos [práticas] que já foram combatidos pelo movimento sindical em São Paulo”. Ainda de acordo com a pesquisadora, tem coisas [trabalho precário] que acontecem atualmente no ambiente de trabalho como se a NR 17 não existisse, por isso, é preciso conhecer essas regras e exigir das empresas o cumprimento da lei.   A trabalhadora de call center e representante sindical Shirlei Pereira dos Santos Rodrigues, denunciou que os teleoperadores são pressionados de forma sistemática para alcançarem as metas estabelecidas pelas empresas e, consequentemente, o número de trabalhadores afastados por motivos de doenças ligadas ao exercício da profissão é assustador. “O adoecimento é causado pelos atendimentos estressantes. Estamos sempre à disposição da empresa para gerar lucro, mas ela não se dispõe a cuidar dos seus empregados”, afirmou. Shirlei acrescentou ainda que o sindicato combate diariamente essas práticas cruéis e desumanas no ambiente de trabalho e desperta nos trabalhadores a consciência política para lutarem junto com a entidade sindical por melhores condições de trabalho nas empresas. Para o presidente do Sinttel-DF, Brígido Ramos, o seminário foi mais um momento fundamental para discutir as atrocidades que ocorrem nos call centers do Distrito Federal e pelo país a fora. Saber que nossos jovens estão adoecendo nos call centers é assustador, o que exige do movimento sindical uma ação conjunta para combater essas práticas tão nefastas e perversas. Além do Sinttel-DF, participaram do seminário a Fitratelp, Sinttel-PI, Sinttel-PB, Sinttel-RS, Sinttel-SE, Sinttel-PA e Sinttel-MG. A deputada federal reeleita Erika Kokay (PT-DF) participou da abertura seminário e reafirmou à direção do Sinttel-DF a necessidade de realização de audiências públicas na Câmara dos Deputados para debater a precarização do trabalho nos call centers, a regulamentação da profissão de teleoperador e criação do piso nacional da categoria. De acordo com o presidente da Fitratelp, João de Moura Neto, os trabalhadores unidos ao sindicato têm que dar um basta na precarização das condições de trabalho nos call centers. “Existe uma exploração sem limites nos call centers pelo país a fora e, se nada não for feito para proteger esses trabalhadores, teremos no futuro próximo um número cada vez maior de jovens com problemas de saúde devido às atividades estressantes que exercem”. Para Moura, a pesquisadora Selma Borghi Venco trouxe para o seminário experiência e dados de 23 anos de estudos desse segmento, o que enriqueceu o debate. 



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