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A OI chega a MT com demissões!

Lamentavelmente, mais uma vez o Estado de Mato Grosso avançará em sua vocação de EXPORTADOR de riqueza e de EMPREGOS. 

Escrito por: Adv. José Vicente Marques Filho - Diretor Vice Presidente do SINTTEL-MT • Publicado em: 20/02/2009 - 00:00 Escrito por: Adv. José Vicente Marques Filho - Diretor Vice Presidente do SINTTEL-MT Publicado em: 20/02/2009 - 00:00
A OI, que recentemente assumiu a Brasil Telecom, está promovendo um monumental enxugamento no seu quadro de funcionários diretos e a expectativa é que este processo atinja, em nosso Estado, pelo menos a metade dos atuais 200 empregados, de 06 a 13.02.2009 já foram desligadas 16 pessoas que ocupavam gerencias que foram extintas. Todas as funções de relevância e gerencias serão centralizadas no Rio de Janeiro, somente permanecerão nos estados funções que necessitem a presença física de empregados diretos, cujas atividades não possam ser terceirizadas.
Vale lembrar que em dezembro de 2007 a Brasil Telecom transferiu para o Paraná as atividades de um pequeno Call Center que funcionava em Cuiabá e demitiu mais de 140 trabalhadores, sendo mais da metade portadores de deficiência física.
Com o processo de aquisição da Brasil Telecom pela OI haverá uma drástica redução nos empregos de qualidade do setor, pois as duas empresas juntas somam em torno de 16.000 trabalhadores diretos em todo o país, cuja média de salários, de benefícios e amparo social são equiparados a um patamar em extinção.
A iniciativa de REESTRUTURAÇÃO da NOVA OI foi justificada pelos seus dirigentes em função da sobreposição de estruturas, a exemplo dos 400 cargos gerenciais extintos, mas o PLANO DE ANTECIPAÇÃO DE APOSENTADORIA e de DESLIGAMENTO INCENTIVADO, conforme anunciado, pode chegar a 2.000 demissões só nos quadros da antiga Brasil Telecom, que hoje conta com 6.000 empregados diretos, não se sabendo ainda quantos atingirá nos quadros da antiga OI. Além de causar desemprego em plena época de CRISE INTERNACIONAL da atividade produtiva, certamente em função do modelo de gestão existente, várias das atuais funções integrarão atividades terceirizadas e muitos empregos diretos serão substituídos por empregos precarizados.
Outro fato não menos importante é que o processo de REESTRUTURAÇÃO anunciado pela NOVA OI, cujo DESEMPREGO é a sua face mais cruel, resulta do enorme esforço feito pelo Governo Federal, que alterou a Lei que regulamenta o setor, atropelou etapas e ainda financiou a aquisição da Brasil Telecom.
Perfil dos empregos nas operadoras de Telecomunicações:
A iniciativa empresarial de esvaziar os seus quadros próprios e TERCEIRIZAR O MÁXIMO DA SUA ESTRUTURA PRODUTIVA tem o objetivo de racionalizar custos, procedimentos e estrutura organizacional e rapidamente chega a uma fase em que, impossibilitados de reduzir o custo de aquisição dos equipamentos, bens e insumos, continuará a reduzir os custos da mão de obra, fato que equipara a força humana à uma mercadoria.
Na terceirização o trabalhador é colocado em segundo plano, um terceiro sem importância, mero instrumento ou modo pelo qual a empresa operadora do serviço de telecomunicações se desincumbe de sua prestação obrigacional ao transferir para a empresa prestadora de serviços toda a relação direta com os empregados que efetivamente produzem (viabilizam) o seu produto final.
A terceirização generalizada já destruiu o conjunto de conquistas, e, o conceito de categoria dos telefônicos se perdeu rapidamente, mesmo considerando a reorganização das entidades sindicais e a busca da sobrevivência pela representação dos novos integrantes da categoria (terceirizados), não foi suficiente para uma evolução necessária e capaz de responder a todos os graves problemas surgidos.
A PRECARIZAÇÃO tornou-se uma constante que atinge milhares de trabalhadores; a TERCEIRIZAÇÃO foi adotada por todas as operadoras e reduziu as oportunidades de TRABALHO DIGNO, que hoje se restringe a algo em torno de 1/3 (um terço), ou seja, quase setenta por cento dos trabalhadores do setor são terceirizados e sofrem algum tipo de precarização ou discriminação. Quando as empresas massificaram o modelo de TERCEIRIZAÇÃO de TODAS AS SUAS ATIVIDADES OPERACIONAIS, a precarização era tão brutal que as mortes por acidente do trabalho e o fechamento de empresas terceirizadas, quarteirizadas e gatas deixavam passivos trabalhistas altíssimos, fato que as obrigou a selecionar melhor as contratadas, a fiscalizá-las e a atender parte das reivindicações das entidades sindicais e "facilitou" a representação e a organização sindical destes trabalhadores.
Considero igualmente grave o estabelecimento de CASTAS, cuja DISCRIMINAÇÃO ESTRUTURAL é patente dentro de todas as operadoras de telecom, pois a qualidade das condições de salários e benefícios é diferente nos seguimentos e encontra-se hierarquizada da seguinte maneira:
1º) empregados diretos das operadoras;
2º) empregados terceirizados da planta interna (comutação/transmissão);
3º) empregados terceirizados de SUBSIDIÁRIAS (Call Center), a exemplo da CONTAX - com 20.000 trabalhadores (Oi/Telemar), ATENTO (Telefônica) e Brasil Center - com 10.000 trabalhadores (Brasil Telecom);
4º) empregados terceirizados da planta externa (redes de cabos e linhas);
5º) empregados terceirizados de limpeza e conservação.
Para se ter uma noção da proporção do problema, podemos tomar como exemplo somente as maiores operadoras de telefonia fixa, TELEFÔNICA, NOVA OI (Oi + Brasil Telecom), juntas somam mais de 100.000 empregados TERCEIRIZADOS, este número se restringe apenas aos serviços ligados às suas atividades fim.
A exemplificação da disparidade de condições existentes dentro de uma mesma empresa (das citadas), onde as diferenças praticadas estão resumidas na planilha:
 
Média Salarial
Jornada
Desp. Viagem
Assistência Médica
Ticket Refeição
Empregados diretos
R$2.923,80
40 h
R$170,00
Integral
R$18,00
Terc. Planta Externa (Comutação/Transmissão)
R$1.890,01
44h
R$64,00
Intermediário
R$15,00
Terceirizados Planta Externa (Rede de cabos, fios)
R$620,32
44h
R$50,75
Precário
R$9,50
Terc. Call Center
R$530,00
36h
44 h
-
Intermediário
R$3,50 – 36h
R$10,00 – 44h
 
Finalizo com o chamamento para uma reflexão necessária sobre a questão abordada, com um trecho final do discurso do filme “O Grande Ditador”, que também contém a célebre frase do cineasta, ator e filósofo Charles Chaplin, “A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.” “Não sois máquina! homem é o que sois!”.
Adv. José Vicente Marques Filho
Diretor Vice Presidente do SINTTEL-MT
Título: A OI chega a MT com demissões!, Conteúdo: A OI, que recentemente assumiu a Brasil Telecom, está promovendo um monumental enxugamento no seu quadro de funcionários diretos e a expectativa é que este processo atinja, em nosso Estado, pelo menos a metade dos atuais 200 empregados, de 06 a 13.02.2009 já foram desligadas 16 pessoas que ocupavam gerencias que foram extintas. Todas as funções de relevância e gerencias serão centralizadas no Rio de Janeiro, somente permanecerão nos estados funções que necessitem a presença física de empregados diretos, cujas atividades não possam ser terceirizadas. Vale lembrar que em dezembro de 2007 a Brasil Telecom transferiu para o Paraná as atividades de um pequeno Call Center que funcionava em Cuiabá e demitiu mais de 140 trabalhadores, sendo mais da metade portadores de deficiência física. Com o processo de aquisição da Brasil Telecom pela OI haverá uma drástica redução nos empregos de qualidade do setor, pois as duas empresas juntas somam em torno de 16.000 trabalhadores diretos em todo o país, cuja média de salários, de benefícios e amparo social são equiparados a um patamar em extinção. A iniciativa de REESTRUTURAÇÃO da NOVA OI foi justificada pelos seus dirigentes em função da sobreposição de estruturas, a exemplo dos 400 cargos gerenciais extintos, mas o PLANO DE ANTECIPAÇÃO DE APOSENTADORIA e de DESLIGAMENTO INCENTIVADO, conforme anunciado, pode chegar a 2.000 demissões só nos quadros da antiga Brasil Telecom, que hoje conta com 6.000 empregados diretos, não se sabendo ainda quantos atingirá nos quadros da antiga OI. Além de causar desemprego em plena época de CRISE INTERNACIONAL da atividade produtiva, certamente em função do modelo de gestão existente, várias das atuais funções integrarão atividades terceirizadas e muitos empregos diretos serão substituídos por empregos precarizados. Outro fato não menos importante é que o processo de REESTRUTURAÇÃO anunciado pela NOVA OI, cujo DESEMPREGO é a sua face mais cruel, resulta do enorme esforço feito pelo Governo Federal, que alterou a Lei que regulamenta o setor, atropelou etapas e ainda financiou a aquisição da Brasil Telecom. Perfil dos empregos nas operadoras de Telecomunicações: A iniciativa empresarial de esvaziar os seus quadros próprios e TERCEIRIZAR O MÁXIMO DA SUA ESTRUTURA PRODUTIVA tem o objetivo de racionalizar custos, procedimentos e estrutura organizacional e rapidamente chega a uma fase em que, impossibilitados de reduzir o custo de aquisição dos equipamentos, bens e insumos, continuará a reduzir os custos da mão de obra, fato que equipara a força humana à uma mercadoria. Na terceirização o trabalhador é colocado em segundo plano, um terceiro sem importância, mero instrumento ou modo pelo qual a empresa operadora do serviço de telecomunicações se desincumbe de sua prestação obrigacional ao transferir para a empresa prestadora de serviços toda a relação direta com os empregados que efetivamente produzem (viabilizam) o seu produto final. A terceirização generalizada já destruiu o conjunto de conquistas, e, o conceito de categoria dos telefônicos se perdeu rapidamente, mesmo considerando a reorganização das entidades sindicais e a busca da sobrevivência pela representação dos novos integrantes da categoria (terceirizados), não foi suficiente para uma evolução necessária e capaz de responder a todos os graves problemas surgidos. A PRECARIZAÇÃO tornou-se uma constante que atinge milhares de trabalhadores; a TERCEIRIZAÇÃO foi adotada por todas as operadoras e reduziu as oportunidades de TRABALHO DIGNO, que hoje se restringe a algo em torno de 1/3 (um terço), ou seja, quase setenta por cento dos trabalhadores do setor são terceirizados e sofrem algum tipo de precarização ou discriminação. Quando as empresas massificaram o modelo de TERCEIRIZAÇÃO de TODAS AS SUAS ATIVIDADES OPERACIONAIS, a precarização era tão brutal que as mortes por acidente do trabalho e o fechamento de empresas terceirizadas, quarteirizadas e gatas deixavam passivos trabalhistas altíssimos, fato que as obrigou a selecionar melhor as contratadas, a fiscalizá-las e a atender parte das reivindicações das entidades sindicais e "facilitou" a representação e a organização sindical destes trabalhadores. Considero igualmente grave o estabelecimento de CASTAS, cuja DISCRIMINAÇÃO ESTRUTURAL é patente dentro de todas as operadoras de telecom, pois a qualidade das condições de salários e benefícios é diferente nos seguimentos e encontra-se hierarquizada da seguinte maneira: 1º) empregados diretos das operadoras; 2º) empregados terceirizados da planta interna (comutação/transmissão); 3º) empregados terceirizados de SUBSIDIÁRIAS (Call Center), a exemplo da CONTAX - com 20.000 trabalhadores (Oi/Telemar), ATENTO (Telefônica) e Brasil Center - com 10.000 trabalhadores (Brasil Telecom); 4º) empregados terceirizados da planta externa (redes de cabos e linhas); 5º) empregados terceirizados de limpeza e conservação. Para se ter uma noção da proporção do problema, podemos tomar como exemplo somente as maiores operadoras de telefonia fixa, TELEFÔNICA, NOVA OI (Oi + Brasil Telecom), juntas somam mais de 100.000 empregados TERCEIRIZADOS, este número se restringe apenas aos serviços ligados às suas atividades fim. A exemplificação da disparidade de condições existentes dentro de uma mesma empresa (das citadas), onde as diferenças praticadas estão resumidas na planilha:   Média Salarial Jornada Desp. Viagem Assistência Médica Ticket Refeição Empregados diretos R$2.923,80 40 h R$170,00 Integral R$18,00 Terc. Planta Externa (Comutação/Transmissão) R$1.890,01 44h R$64,00 Intermediário R$15,00 Terceirizados Planta Externa (Rede de cabos, fios) R$620,32 44h R$50,75 Precário R$9,50 Terc. Call Center R$530,00 36h 44 h - Intermediário R$3,50 – 36h R$10,00 – 44h   Finalizo com o chamamento para uma reflexão necessária sobre a questão abordada, com um trecho final do discurso do filme “O Grande Ditador”, que também contém a célebre frase do cineasta, ator e filósofo Charles Chaplin, “A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade.” “Não sois máquina! homem é o que sois!”. Adv. José Vicente Marques Filho Diretor Vice Presidente do SINTTEL-MT



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