Telemar eleva valor por ação e diz que fusão com a Brasil Telecom é assunto futuro
Hélio Costa disse que a Portugal Telecom (PT), parceira da espanhola Telefónica na operadora celular Vivo, teria manifestado interesse em participar, como minoritária, na empresa resultante da fusão.
Escrito por: Portugal Digital • Publicado em: 03/08/2007 - 00:00 Escrito por: Portugal Digital Publicado em: 03/08/2007 - 00:00A Telemar Participações publicou hoje fato relevante informando que decidiu elevar de R$ 35,00 para R$ 45,00 o valor por ação a ser pago aos acionistas da Tele Norte Leste Participações S.A que aderirem à oferta pública de aquisições de ações preferenciais, a ser realizada no dia 14 de agosto. A empresa, num outro comunicado, diz que não está a participar do projeto governamental de fusão com a Brasil Telecom. No último dia 23, na primeira tentativa de comprar as ações preferenciais em poder do mercado, a empresa não conseguiur atingir o seu objetivo, adquirindo pouco mais de 10% do total das ações, enquanto pretende comprar pelo menos 66% . Quatro grandes grupos estrangeiros - Brandes, Genesis, Templeton e Capital - detêm, juntos, 26% das ações preferenciais da TNL, e são esses fundos que precisam se interessar pela novo preço oferecido pela companhia para que a operação se concretize. Em seu comunicado, a empresa informa que a estipulação do novo valor atende a regra da Securities and Exchange Commission norte-americana (SEC), de que o preço de toda a ofereta pública de aquisição de ações deve ser divulgado com pelo menos 10 dias úteis de antecedência. Mas ressalta que a elevação do preço está sujeita à obtenção, em condições satisfatórias, dos financiamentos bancários necessários. Telemar/Oi diz que eventual fusão é assunto futuro Em outro comunicado, a empresa informa também que "não está tomando parte em qualquer iniciativa no sentido de reestruturar o sistema de telefonia privada brasileira." E esclarece que "a análise de qualquer operação futura envolvendo a participação societária na Tele Norte Leste ou na Telemar Norte Leste será, no momento oportuno, tomada no interesse exclusivo dos acionistas das companhias abertas envolvidas e dos usuários". Quarta-feira (1), o ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou que o governo criou um grupo interministerial para estudar a possível fusão entre a Telemar/Oi e a Brasil Telecom, para a consolidação de uma empresa nacional. Hélio Costa disse também que a holding portuguesa Portugal Telecom (PT), parceira da espanhola Telefónica na operadora celular Vivo, teria manifestado interesse em participar, como minoritária, na empresa resultante de tal fusão. O governo brasileiro ficaria com uma "golden share". Uma fusão da Oi (Telemar) com a Brasil Telecom poderia resultar em uma empresa de cerca de 22,6 milhões de clientes de telefonia fixa, operando em 25 estados e no Distrito Federal. Esta "grande empresa nacional" estaria praticamente em todo o Brasil, com exceção do Estado de São Paulo (área da Telefônica), do Triângulo Mineiro (área da CTBC Telecom) e da região de Londrina, no Paraná, (área da Sercontel). Depois de concluído o estudo a realizar por uma comissão interministerial, o presidente da República poderá pedir à Anatel que avalie mudanças no Plano Geral de Outorgas (PGO), que divide o mapa do Brasil em áreas de atuação das concessionárias de telefonia fixa e que atualmente impede a fusão entre elas. De acordo com o Estado de S.Paulo, a idéia da empresa nacional vem sendo cogitada no governo, no Congresso e no mercado de telecomunicações desde o início do ano e ganhou fôlego, no fim de abril, com a compra de parte da Telecom Italia pela Telefônica. Os defensores da empresa nacional argumentam que ela seria criada para fazer frente à expansão na América Latina de dois grupos: os mexicanos da Telmex e os espanhóis da Telefônica. A fusão passou a ser facilitada, em meados de julho, pela compra pelos fundos de pensão da participação da Telecom Italia na Brasil Telecom, negócio que ainda tem que ser analisado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Com a saída da empresa italiana, o controle da Brasil Telecom está nas mãos do grupo americano Citigroup e dos fundos de pensão. Os fundos das empresas estatais Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Telos (da antiga Telebrás) já controlam a Oi/Telemar. Além dos fundos, o governo participa do controle da Oi por meio do BNDES e das empresas Brasil Veículos e Brasilcap, que são do Banco do Brasil. Também têm participação na Oi algumas empresas nacionais como a Andrade Gutierrez, Inepar e La Fonte Telecom.