FUP promove Plenária para barrar entrega de pré-sal
Bancada de apoio ao golpe aprova projeto de Serra para doar riqueza brasileira aos estrang
Escrito por: Luiz Carvalho com informações da FUP • Publicado em: 07/07/2016 - 16:38 • Última modificação: 07/07/2016 - 16:43 Escrito por: Luiz Carvalho com informações da FUP Publicado em: 07/07/2016 - 16:38 Última modificação: 07/07/2016 - 16:43FUP Faixa diante da afiliada da Rede Globo, em Campos
No início da manhã desta quinta-feira (7), petroleiros realizaram um ato político em frente à Inter TV, filiada da Rede Globo em Campos, no Norte Fluminense, para denunciar o apoio da emissora ao golpe. No mesmo município também começou hoje a VI Plenária Nacional da FUP (Federação Única dos Petroleiros).
Com o tema “Manter acesa a chama da resistência”, o encontro segue até domingo e mostrará, por meio de diversos debates, os efeitos das ações golpistas para a classe trabalhadora, além de defender o pré-sal e a Petrobrás (leia mais abaixo).
A Plenafup inicia no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados promove uma audiência para tratar do PL 4567/16 (projeto de lei). A comissão especial criada por Eduardo Cunha (presidente afastado da Câmara) para analisar o texto do senador José Serra (PSDB-SP), que no Senado tinha o número 131/2015, aprovou por 23 votos a cinco a retirada da Petrobrás como exploradora exclusiva da riqueza.
Os parlamentares da bancada governista estavam orientados a aprovar o parecer do relator, José Carlos Aleluia (DEM-BA), que repete na íntegra o texto que já passou pelo Senado e abre o pré-sal para a exploração das multinacionais. O texto também tira da Petrobrás a garantia legal de ser a única operadora dessa riqueza.
O próximo passo da bancada de sustentação ao golpe no Congresso, aponta o secretário de Relações Internacionais e Empresas Privadas da FUP (João Antônio de Moraes), é aprovar a urgência do texto para que seja votado já na semana que vem. Uma articulação que trará muitos prejuízos ao país, conforme destaca o dirigente.
Ele explica que, ao abrir a ‘cooperação’ a empresas estrangeiras, além de afetar o fundo soberano que financiaria a educação e a saúde com os royalties do pré-sal, o projeto também permite a entrada de companhias que trarão equipamentos de suas regiões de origem para a produção e a retirada do óleo, sem agregar valor ao país.
“A indústria do petróleo é intensa em capital, mas gera poucos postos de trabalho. O que gera desenvolvimento é a cadeira produtiva e situações de compra. Temos cerca de 40 companhias aqui que não efetuam a compra no Brasil, preferem país de origem, por isso, ao transferir a exploração do pré-sal ao mercado externo, vamos solapar o que sobrou da indústria nacional.”
Custo
Segundo Moraes, as empresas já afirmaram que não produzem pré-sal a menos de 15 dólares, mas o país já produz cerca de um milhão de barris a oito dólares.
“Essa diferença terá de ser compensada pelo governo que, para isso, terá de tirar dinheiro do orçamento da saúde e educação. Além disso, a se desenvolver reserva petrolífera, é preciso calibrar necessidade e capacidade de o país descobrir novas reservas. Ao transferir estrangeiros, vamos produzir segundo necessidade de lucro, como fez Menem, na Argentina, nos anos 1990 quando privatizou a EPF e hoje o país é obrigado a importar petróleo”, disse.
Símbolos do Plenafup
O mote desta Plenafup é o mesmo da luta que marcou o congresso nacional da categoria em 1995, ano em que a FUP realizou o primeiro congresso nacional, em meio a demissões, punições, intervenções nos sindicatos e tantos outros ataques do governo Fernando Henrique Cardoso.
Os petroleiros tinham acabado de sair de uma greve histórica para a categoria e, 21 anos depois, o Sistema Petrobrás volta a enfrentar o mesmo projeto ultraliberal de desmontes e de privatizações, que coloca em xeque direitos e conquistas e ameaça entregar ao capital internacional a maior reserva de petróleo da atualidade.
Em meio a esse cenário, os petroleiros irão deliberar sobre reivindicações, estratégias e calendários de luta. Quatro painéis de debate serão realizados, com participação de lideranças das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, parlamentares, movimentos sociais e jornalistas independentes.
Confira abaixo a programação do VI Plenafup
Quinta-feira - 07 de julho
10h - Painel 1 - Conjuntura política e econômica: rearticulação das forças sociais na reconstrução do projeto político, popular e democrático
Debatedores: Gilmar Mauro, pela Frente Brasil Popular, Vítor Guimarães, pela Frente Povo Sem Medo, e Sérgio Nobre, secretário nacional da CUT
14h – Eleição da Mesa Diretora e aprovação do Regimento Interno
15h - Eleição da tese guia
17h - Cerimônia de abertura da VI Plenafup
Sexta-feira - 08 de julho
10h - Painel 2- Perspectivas de enfrentamento para resistir ao golpe jurídico e midiático no Brasil
Debatedores: Deputado Federal Wadih Damous, Laura Capriglione, do coletivo Jornalistas Livres, e Paulo Moreira Leite, diretor do portal de notícias Brasil 247 e autor dos livros "A outra história da Lava-Jato: uma investigação necessária que se transformou numa operação contra a democracia" e "A outra história do Mensalão: as contradições de um julgamento político"
14h - Painel 3- O golpe é contra o trabalhador: Como enfrentar os ataques aos direitos e conquistas sociais dos trabalhadores?
Debatedores: Senador Lindbergh Farias e Alysson de Sá Alves, do DIAP
Sábado - 09 de julho
09h - Painel 4- A defesa do pré-sal e da Petrobrás como motor do desenvolvimento nacional e de resistência ao projeto neoliberal
Debatedores: representantes da FUP no GT Pauta pelo Brasil, Pedro Celestino, do Clube de Engenharia, e Gilberto Cervinski, da Coordenação Nacional do MAB
12h - Reuniões das forças políticas
15h - Plenária de discussão da pauta da categoria e calendário de lutas
19h - Solenidade de encerramento
Domingo - 10 de julho
Retorno das delegações
Fonte: www.cut.org.br