Fetraf-RS comemora um ano de fundação com muitas lutas e avanços
Este foi o I Encontro Estadual da Agricultura Familiar do RS
Escrito por: Fabiane Altíssimo • Publicado em: 17/08/2015 - 18:40 • Última modificação: 17/08/2015 - 18:55 Escrito por: Fabiane Altíssimo Publicado em: 17/08/2015 - 18:40 Última modificação: 17/08/2015 - 18:55Divulgação
O dia 15 de agosto de 2014 marcou uma nova fase para a agricultura familiar gaúcha e para a organização sindical desta estratégica classe trabalhadora: a fundação da Fetraf-RS. A cidade de Sananduva foi palco de um dos maiores e mais simbólicos eventos da agricultura familiar do Rio Grande do Sul: o I Encontro Estadual da Agricultura Familiar do RS.
Há um ano atrás, na manhã ensolarada daquela sexta-feira (15), cerca de 3 mil agricultores de todas as regiões do estado chegaram em caravanas para afirmar sua vontade e compromisso com a construção e consolidação de uma organização forte, representativa e defensora de um Projeto de Desenvolvimento Sustentável e Solidário para o campo.
Embora já atuante no estado, por meio da Fetraf-Sul, a fundação da Fetraf-RS significou um novo e acertado passo em direção ao fortalecimento da luta dos agricultores e agricultoras familiares, guiado por oito eixos de atuação, elegidos como prioritários para a luta da nova federação: Juventude e Sucessão; Gênero; Conflitos Agrários; Infraestrutura, Meio Ambiente e CAR; Comercialização e Produção; Políticas Sociais e Previdência e Organização Sindical.
O primeiro ano passou rápido e muitas foram as lutas, os desafios e também as conquistas alcançadas. A Fetraf-RS expandiu e fortaleceu sua representatividade nos municípios e também nas diversas instâncias representativas da sociedade, se consolidando como a Federação representativa da agricultura familiar. Logo no início de 2015 iniciou um intenso processo de diálogo e debate com a base sobre o futuro da agricultura familiar, através dos mutirões da Agricultura Familiar, cujas discussões apontaram a necessidade da aposta numa agricultura diversificada, agroecológica e de um agricultor ainda mais protagonista em seu meio, informado e que use a tecnologia em seu favor.
Dentre as tantas ações que marcaram a atuação neste período, merecem destaque o grande protagonismo na luta pelos produtores de leite não pagos pelas empresas, com realização de manifestações e ajuizamento de ações judiciais; a contratação de mais de 400 unidades habitacionais para o campo, capacitação para o CAR e realização do cadastro desde 2014; a construção de uma intensa agenda de visitas, treinamentos e novas propostas de crédito fundiário; a organização das agroindústrias familiares para a participação das principais feiras do estado: Expodireto; 21ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop); ExpoBento; Expointer e 16ª Feira da Economia Solidária.
Ainda, uma das grandes conquistas e realização de um sonho antigo, que vai ao encontro da pauta da organização da produção, foi a inauguração da Loja da Agricultura Familiar e Economia Solidária, em dezembro de 2014, em Porto Alegre. Esse fato marcou um novo momento para a comercialização dos produtos das nossas agroindústrias, bem como, se afirma, para o público urbano, como uma vitrine da qualidade e diversidade da agricultura familiar.
Ademais, para o fortalecimento das temáticas de gênero e juventude, a Fetraf-RS apostou na formação de jovens e mulheres, através dos cursos “Juventude Semeando Terra Solidária” e do “Projeto de Formação de Mulheres Agricultoras em Agroecologia. Igualmente, esse período ficou marcado pela reestruturação dos coletivos e organização dos jovens e mulheres agricultoras. Essas foram algumas das ações, que ilustram a importância de uma entidade forte e representativa para o fortalecimento e a dignidade dos agricultores e agricultoras familiares.
Muitos ainda são os desafios que temos pela frente pois a evolução da sociedade caminha a passos largos e a agricultura necessita acompanhar a assimilar esses avanços. Passado um ano de sua fundação, a Fetraf-RS reafirma seu comprometimento e sua convicção pela luta por uma agricultura familiar que produz diversidade, respeita o meio ambiente e o ser humano e que promova a autonomia das pessoas, o cooperativismo e as agroindústrias familiares, onde o rural seja um lugar de inclusão, de vida, sonhos e oportunidades.