Contra Temer, 100 mil saem em defesa dos direitos
Em novo ato na Avenida Paulista, participantes também manifestaram apoio a uma greve geral e pediram Diretas Já
Escrito por: Rafael Silva / CUT-SP • Publicado em: 12/09/2016 - 11:26 • Última modificação: 12/09/2016 - 11:32 Escrito por: Rafael Silva / CUT-SP Publicado em: 12/09/2016 - 11:26 Última modificação: 12/09/2016 - 11:32Roberto Parizotti
Michel Temer (PMDB) não tem tido nem um dia de sossego desde que assumiu oficialmente a Presidência da República por meio do golpe. E neste domingo (11) não foi diferente. Em São Paulo, milhares ocuparam a Avenida Paulista para pedir a saída imediata de Temer e a realização de novas eleições presidenciais. O ato deste domingo foi convocado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem movimentos sociais, sindical e partidos políticos.
Segundo os organizadores, antes de seguir em direção ao Parque Ibirapuera, local onde terminou o ato, mais de 100 mil pessoas estiveram na manifestação. Com faixas, cartazes e diferentes intervenções, os participantes gritavam palavras de ordem em defesa da democracia e contra o retrocesso nos direitos sociais e trabalhistas. Nesta semana, o governo ilegítimo anunciou uma proposta de aumento da jornada de trabalho para 12 horas diárias.
Presidente da CUT/SP, Douglas Izzo afirmou que a classe trabalhadora não permitirá a concretização da reformas nos direitos que o governo tem anunciado. “Fora Temer e todos aqueles que defendem o retrocesso e que querem aplicar no Brasil uma política que vai acabar com a educação, saúde e políticas universalizantes. Nós temos que denunciar os golpistas que estão votando no Congresso Nacional projetos que representam o desmonte das políticas sociais”, disse o dirigente.
Durante sua fala, Douglas perguntou aos participantes se eles concordavam com a realização de uma greve geral que está sendo construída entre as centrais sindicais -CUT, CTB e Intersindical- contra a retirada de direitos. Nesse momento, houve intensa manifestação de apoio à proposta.
No próximo dia 22, irá ocorrer o Dia Nacional de Paralisação, quando diversas categorias pelo Brasil prometem parar em protesto às ameaças do governo em mexer nas leis trabalhistas.
Coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos falou que o povo permanecerá nas ruas até a democracia voltar a ser respeitada. “Se deixarmos os golpistas se consolidarem no comando do Brasil, o preço que pagaremos, assim como as gerações futuras, será muito caro, pois eles querem aplicar o programa de terra arrasada no nosso País”.
As lideranças também lembraram aos manifestantes que nesta segunda (12), Eduardo Cunha (PMDB) pode ter seu mandato cassado em votação na Câmara, o que gerou vaias ao deputado federal – considerados um dos articulistas do golpe e investigado em casos de corrupção.
Entre os presentes, estavam o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição Fernando Haddad e a também candidata ao cargo municipal Luiza Erundina.
Prisões arbitrárias
Como tem ocorrido com frequência nas manifestações contra Temer, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) destacou um grande efetivo de policiais militares (PM) para acompanhar o ato, numa tentativa de intimidar os participantes. No entanto, a tática não tem dado certo.
Antes de iniciar o percurso, a PM prendeu três pessoas alegando que eles portavam um soco inglês, faca e bolas de gude. Os manifestantes negam a acusação e disseram portar somente máscaras para proteção às bombas de gás lacrimogêneo que a PM tem lançado, constantemente, sem motivos. Até a finalização desta reportagem, eles permaneciam na delegacia.
Os policiais também provocam um pequeno tumulto próximo ao carro de som, mas os próprios manifestantes, de forma pacífica, acalmaram os policiais. Não foram registradas outras ocorrências até o término do ato, que teve apresentações do grupo Teatro Mágico e da cantora Tiê no Ibirapuera.
Fonte: www.cut.org.br