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Artigo: A quem interessava a morte de Marielle?

Ainda não foram apontados os mandantes e executores do crime que comoveu o Brasil

Escrito por: www.ptnacamara.org.br • Publicado em: 22/03/2018 - 09:25 • Última modificação: 28/10/2024 - 09:38 Escrito por: www.ptnacamara.org.br Publicado em: 22/03/2018 - 09:25 Última modificação: 28/10/2024 - 09:38

Em artigo, a deputada Ana Perugini (PT-SP) lembra o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes. Para a parlamentar, a morte precoce e violenta de Marielle inquieta por tudo o que ela representa na sociedade brasileira.  “A quem interessava a morte de Marielle?”, indaga a deputada de São Paulo. Ana Perugini considera fundamental lutar pela superação da violência, acima de tudo, como maior desafio da sociedade brasileira, “como nos pede e nos incentiva a Campanha da Fraternidade deste ano”.

Leia o artigo na íntegra:

 

Inspiração de luta e símbolo de fraternidade!

 

Muito fácil escrever sobre esse símbolo global em que se transformou Marielle Franco, de 38 anos, vereadora eleita com mais de 46 mil votos na capital fluminense: mulher negra, nascida na favela, com a irreverência dos jovens inteligentes e solidários, que incorporou todas as características dos revolucionários, acostumados ao combate de injustiças as mais diversas, também graças a uma trajetória acadêmica, típica da história dos estudantes das classes média e alta da sociedade brasileira, com pós-graduação e doutorado nas áreas de Administração Pública.

Essa linda narrativa, que mais parece de um conto épico e festivo, desde o início da noite de 14 de março, colocou o Brasil no centro do debate sobre a violência urbana e opressão racial em pleno regime de intervenção federal, sob comando militar, no Estado do Rio de Janeiro. De Norte a Sul do país, uma pergunta que não quer calar: a quem interessava a morte de Marielle?

Marielle representa a democracia estrangulada no Brasil, um país que passa por sucessivos golpes contra os trabalhadores e trabalhadoras. Diante de tão nefasta conjuntura, associada à crescente violência (homicídios, assaltos e drogas), a nação reage, contraditoriamente, ora com apatia, ora com indignação.

A indignação, num ritmo avassalador, tomou as redes sociais imediatamente ao anúncio da morte da ativista social, executada dentro do carro ao sair de uma reunião com mulheres negras, com a temática do empoderamento em debate. A lamentar, a atitude de pessoas, que se puseram a macular a imagem de Marielle.

Penso que, antes mesmo de qualquer opinião a respeito de um caso que carrega todos os sinais de crime premeditado, a sociedade tem a obrigação de preservar a imagem da vítima. E, assim, por um dever de responsabilidade e humanidade, cobrar das autoridades policiais e governamentais a apuração e o esclarecimento do crime.

Até porque se trata de uma cidadã que atuava, como representante política, de uma parcela da sociedade estabelecida na capital fluminense. Representante legítima, eleita democraticamente, levada à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro pela vontade popular. Era a vítima, portanto, a voz de um segmento que precisa dos serviços públicos.

Tinha a vereadora, entre tantas bandeiras, a defesa da integridade de sua gente humilde, historicamente atingida pelo preconceito, exposta a todo tipo de constrangimento e atos de repressão policial, além do que trabalhava para estender o horário de funcionamento das creches, especialmente para atender as demandas das mães que chegam tarde da noite em casa, na volta do trabalho.

Cabe ao Estado elucidar as circunstâncias e a motivação desse caso típico de execução, cometido com munição colocada pelo próprio Estado Brasileiro aos cuidados de forças da Segurança Pública. Daí ainda maior a gravidade do caso.

Marielle viveu para os outros, como nos ensina e nos incentiva o papa Francisco: “os rios não bebem sua própria água; as árvores não comem seus próprios frutos. O sol não brilha para si mesmo; e as flores não espalham sua fragrância para si. Viver para os outros é uma regra da natureza…”

Esforçada, focada e vitoriosa, Marielle é uma luz que não pode se apagar!

O mesmo significado tem a vida de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, também vítima dos tiros disparados contra Marielle. Somos todos luzes do mundo!

Mataram a vereadora da favela e 46 mil eleitores. No entanto, esse crime covarde despertou milhares – talvez milhões – de pessoas, no Brasil e no mundo, dispostas a resistir e ampliar a luta de Marielle Franco por uma sociedade mais justa, fraterna e livre de preconceitos. A superação da violência, acima de tudo, como maior desafio da sociedade brasileira, como nos pede e nos incentiva a Campanha da Fraternidade deste ano. Afinal, Marielle é inspiração de luta e símbolo de fraternidade!

Ana Perugini é deputada federal pelo PT-SP

Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara

Fonte: www.ptnacamara.org.br

Título: Artigo: A quem interessava a morte de Marielle?, Conteúdo: Em artigo, a deputada Ana Perugini (PT-SP) lembra o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes. Para a parlamentar, a morte precoce e violenta de Marielle inquieta por tudo o que ela representa na sociedade brasileira.  “A quem interessava a morte de Marielle?”, indaga a deputada de São Paulo. Ana Perugini considera fundamental lutar pela superação da violência, acima de tudo, como maior desafio da sociedade brasileira, “como nos pede e nos incentiva a Campanha da Fraternidade deste ano”. Leia o artigo na íntegra:   Inspiração de luta e símbolo de fraternidade!   Muito fácil escrever sobre esse símbolo global em que se transformou Marielle Franco, de 38 anos, vereadora eleita com mais de 46 mil votos na capital fluminense: mulher negra, nascida na favela, com a irreverência dos jovens inteligentes e solidários, que incorporou todas as características dos revolucionários, acostumados ao combate de injustiças as mais diversas, também graças a uma trajetória acadêmica, típica da história dos estudantes das classes média e alta da sociedade brasileira, com pós-graduação e doutorado nas áreas de Administração Pública. Essa linda narrativa, que mais parece de um conto épico e festivo, desde o início da noite de 14 de março, colocou o Brasil no centro do debate sobre a violência urbana e opressão racial em pleno regime de intervenção federal, sob comando militar, no Estado do Rio de Janeiro. De Norte a Sul do país, uma pergunta que não quer calar: a quem interessava a morte de Marielle? Marielle representa a democracia estrangulada no Brasil, um país que passa por sucessivos golpes contra os trabalhadores e trabalhadoras. Diante de tão nefasta conjuntura, associada à crescente violência (homicídios, assaltos e drogas), a nação reage, contraditoriamente, ora com apatia, ora com indignação. A indignação, num ritmo avassalador, tomou as redes sociais imediatamente ao anúncio da morte da ativista social, executada dentro do carro ao sair de uma reunião com mulheres negras, com a temática do empoderamento em debate. A lamentar, a atitude de pessoas, que se puseram a macular a imagem de Marielle. Penso que, antes mesmo de qualquer opinião a respeito de um caso que carrega todos os sinais de crime premeditado, a sociedade tem a obrigação de preservar a imagem da vítima. E, assim, por um dever de responsabilidade e humanidade, cobrar das autoridades policiais e governamentais a apuração e o esclarecimento do crime. Até porque se trata de uma cidadã que atuava, como representante política, de uma parcela da sociedade estabelecida na capital fluminense. Representante legítima, eleita democraticamente, levada à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro pela vontade popular. Era a vítima, portanto, a voz de um segmento que precisa dos serviços públicos. Tinha a vereadora, entre tantas bandeiras, a defesa da integridade de sua gente humilde, historicamente atingida pelo preconceito, exposta a todo tipo de constrangimento e atos de repressão policial, além do que trabalhava para estender o horário de funcionamento das creches, especialmente para atender as demandas das mães que chegam tarde da noite em casa, na volta do trabalho. Cabe ao Estado elucidar as circunstâncias e a motivação desse caso típico de execução, cometido com munição colocada pelo próprio Estado Brasileiro aos cuidados de forças da Segurança Pública. Daí ainda maior a gravidade do caso. Marielle viveu para os outros, como nos ensina e nos incentiva o papa Francisco: “os rios não bebem sua própria água; as árvores não comem seus próprios frutos. O sol não brilha para si mesmo; e as flores não espalham sua fragrância para si. Viver para os outros é uma regra da natureza…” Esforçada, focada e vitoriosa, Marielle é uma luz que não pode se apagar! O mesmo significado tem a vida de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, também vítima dos tiros disparados contra Marielle. Somos todos luzes do mundo! Mataram a vereadora da favela e 46 mil eleitores. No entanto, esse crime covarde despertou milhares – talvez milhões – de pessoas, no Brasil e no mundo, dispostas a resistir e ampliar a luta de Marielle Franco por uma sociedade mais justa, fraterna e livre de preconceitos. A superação da violência, acima de tudo, como maior desafio da sociedade brasileira, como nos pede e nos incentiva a Campanha da Fraternidade deste ano. Afinal, Marielle é inspiração de luta e símbolo de fraternidade! Ana Perugini é deputada federal pelo PT-SP Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara Fonte: www.ptnacamara.org.br



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