A cada 45 minutos, uma pessoa se suicida no Brasil. O número de mortes por este motivo é muito maior do que o gerado em decorrência da AIDS ou do câncer. De acordo com pesquisas da Organização Mundial da Saúde, o 10 de setembro deste ano – Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio – pode ser muito mais urgente do que de anos anteriores. Motivo: as consequências do golpe político-jurídico-midiático dado por Michel Temer e base aliada, em 2016.
Segundo a OMS, o desemprego e as dificuldades financeiras são a quinta causa de suicídio ao redor do mundo. Problemas no trabalho, assédio moral, perda do status socioeconômico corroboram para o aumento de casos. Isso porque o desemprego pode desencadear fatores como solidão, perda de apoio social, crises familiares, agravando ainda mais tendências autodestrutivas e transtornos como ansiedade e depressão.
Uma das consequências do golpe contra o povo brasileiro é justamente o desemprego. Atualmente o país soma mais de 13 milhões de desempregados, resultado de projetos temerários como a reforma trabalhista, que trouxe a terceirização indiscriminada.
De acordo com o dossiê elaborado pela CUT, junto com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os terceirizados recebem salários 24,7% menores do que o dos contratados diretamente, permanecem no emprego pela metade do tempo e exercem jornadas maiores. Além disso, eles são os que mais sofrem com acidentes de trabalho. Mas, fazendo vista grossa a real situação, no dia 30 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) corroborou com a reforma trabalhista de Temer e avaliou que a terceirização irrestrita da atividade-fim (principal atividade) é constitucional.
“A terceirização na atividade-fim faz com que as empresas percam sua razão de ser, além de intensificar ainda mais a precarização de todas as profissões, até mesmo daquelas de maior nível de remuneração. Hoje temos um governo golpista que não investe em políticas públicas. Mais que nunca, precisamos lutar para garantir que toda a população tenha acesso a um ensino de qualidade, moradia, saúde, direitos básicos”, avalia o secretário de Finanças da CUT Brasília, Julimar Roberto.
Para o dirigente cutista, é inaceitável que a morte de milhares de pessoas seja fruto de uma política de Estado mínimo, desigualdade de renda e caos social. “Neste Setembro Amarelo, o desejo da CUT é de que todas as pessoas conheçam seus direitos básicos e entendam que há, mais que nunca, necessidade de lutar contra o golpe”, avaliou.
Busque ajuda
Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.
Ligue 188.
Fonte: CUT Brasília