O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, convoca todos as estaduais, sindicatos, confederações, ramos e entes cutistas a se engajarem no ato nacional em defesa do auxílio emergencial de R$ 600, contra a fome e a carestia, no próximo dia 26 de maio.
Com apenas as presenças dos presidentes das centrais sindicais e das lideranças nacionais dos movimentos sociais, o ato será realizado em Brasília e transmitido nas redes sociais e You Tube para todo o Brasil. Na data, será lançada e entregue ao Congresso Nacional a primeira Agenda Legislativa das centrais sindicais.
Assistia o vídeo:
Organizado de forma unitária pela CUT e mais nove centrais, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o ato do dia 26 não promoverá ações de rua que gerem aglomeração. Um reduzido número de participantes seguirá todos os protocolos sanitários para evitar o contágio e a propagação da Covid-19. A pandemia, sob a incompetência e negacionismo do governo Jair Bolsonaro, já matou mais de 440 mil brasileiros e brasileiras. A programação será divulgada nesta sexta-feira (21).
“É importante que todos os entes da CUT divulguem, assistam, compartilhem a nossa luta no dia 26 de maio pelo auxílio de R$ 600, contra a fome e a carestia. A prioridade, neste momento de pandemia, é garantir vacina no braço e comida no prato da população e, para isso, temos de pressionar cada vez mais os parlamentares no Congresso Nacional e nos estados”, aponta Sérgio Nobre.
O presidente nacional da CUT destaca como “é visível o crescimento da miséria e da fome no nosso país, com famílias inteiras dormindo nas calçadas, mulheres e crianças pedindo nos faróis e porta de supermercados”
“O povo está passando fome; o custo de vida aumentou, os preços dos alimentos, do gás subiram e o auxílio emergencial foi reduzido. Uma grande tragédia”.
Para Sérgio Nobre, reduzir o auxílio emergencial de R$ 600 “é um crime”. “Mas um crime ainda maior é o governo Bolsonaro ter reduzido o número de pessoas que podem receber esse auxílio, hoje indispensável para evitar ainda mais brasileiros passem fome e que o país enfrente uma convulsão social”.
Resistencia no Congresso Nacional
O ato do dia 26 vai marcar também a entrega da Agenda Legislativa das Centrais Sindicais, que traz o posicionamento (e propostas) referentes a 23 projetos que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado e afetam diretamente a classe trabalhadora. O documento será entregue a lideranças do Parlamento e aos presidentes das duas Casas Legislativas, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado.
Pressão nos estados
“Chamo a atenção dos nossos sindicatos de base para que também pressionem os parlamentares nos seus estados antes e depois do ato do dia 26; marquem reuniões com deputados e senadores em suas bases, conversem, mostrem como essa conjuntura afeta negativamente os trabalhadores e as trabalhadoras, cobrem, pressionem”, orienta Sérgio Nobre.
O presidente nacional da CUT destaca ainda que o movimento sindical terá uma agenda bastante pesada que exigirá ainda mais luta no segundo semestre deste ano, por conta das pautas e projetos prejudiciais aos direitos da classe trabalhadora que estão no Congresso Nacional.
“Não vamos permitir que eles privatizem as nossas estatais, indutoras do crescimento e desenvolvimento do Brasil, nem que acabem com o serviço público, como quer o governo Bolsonaro”, afirma. E complementa: “o que teria sido de nós, se não tivéssemos o SUS, que ajudamos a construir e manter, nessa pandemia.
“Não vamos deixar essa tragédia acontecer. Temos de construir a nossa resistência dentro do Congresso Nacional”, afirma Sérgio Nobre.
Mais 30 milhões sem auxílio
O auxílio emergencial de R$ 600 foi pago a mais de 68 milhões de brasileiros em 2020. Hoje são R$ 250, em média. Em 2021, esse número, segundo o Dieese, baixou para 38,6 milhões de pessoas. Ou seja, com as novas regras impostas pelo governo federal, quase 30 milhões estão sob risco de passar fome, em insegurança alimentar.
Estudo publicado em abril pela BBC mostra que, com o valor menor do auxílio emergencial este ano, o Brasil deve somar 62 milhões de pessoas vivendo na pobreza e 19,3 milhões na extrema pobreza. São consideradas pobres as pessoas que vivem com renda mensal per capita inferior a R$ 469/mês, conforme critério do Banco Mundial. Os extremamente pobres são aqueles que vivem com menos de R$ 162 mensais.
Os R$ 600, ao menos, garantiam em 2020 a segurança alimentar aos que recebiam. À época, a cesta básica nas maiores capitais do país superava o valor de R$ 500. Neste ano, o auxílio médio é de R$ 250 e a cesta custa os R$ 600.
E isso no pior momento da pandemia, como lembra Sérgio Nobre; sem controle, sem vacina, sem política nacional efetiva, sob o aumento da crise econômica e social, do desemprego, da informalidade, dos preços dos alimentos, das contas públicas e do gás de cozinha.
Fonte: cut.org.br