RESUMO
A ideia de que supostas novas formas de trabalho estariam substituindo o assalariamento como modo predominante de organização do trabalho tem engendrado uma espécie de novo adeus à classe trabalhadora. O objetivo central deste texto é analisar esse novo adeus, que tem sido promovido por diferentes agentes nas últimas décadas, atualmente ainda mais propalado com o uso das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs). Contudo, as formas de organização da produção e do trabalho que têm sido apresentadas como novidades nas primeiras décadas do século XXI não diferem, em seu conteúdo, do trabalho assalariado. Empresas, instituições e academia têm reproduzido uma narrativa que chamamos de novo “adeus à classe trabalhadora” e que, deliberadamente ou não, contribui para a estratégia do capital em aumentar seu poder, tornando o trabalho mais precário e os trabalhadores menos propensos a enfrentar a exploração. Para desenvolver tais argumentos, faremos uma breve revisão da literatura e, em seguida, analisaremos alguns dos casos mais divulgados e destacados das chamadas “novas” formas de trabalho que estariam substituindo o assalariamento.
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