Trabalhadores de várias categorias profissionais se uniram aos petroleiros baianos nesta quinta-feira, 5, em um grande ato de apoio à greve e em solidariedade ao Conselheiro de Administração da Petrobrás e membro do Sindipetro, Deyvid Bacelar, que foi agredido, algemado e preso pela Polícia Militar da Bahia na madrugada do último dia 3.
Os petroleiros paralisaram a Refinaria Landulpho Alves, em São Francisco do Conde, na Bahia, e fecharam o Trevo da Resistência, no Km 4 da BA-522, que dá acesso à empresa. No local, várias lideranças fizeram discursos criticando a ação policial, denunciando ações antissindicais da direção da Petrobras e exigindo respeito à luta aos petroleiros.
“Minha solidariedade ao Deyvid e a todos os trabalhadores e trabalhadoras que estão em greve”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, que foi a Bahia exclusivamente para participar do ato.
“Lamentamos que, em um governo do PT, a PM agrida trabalhadores que estão fazendo uma greve em defesa da Petrobrás, do Brasil, do Pré-Sal e, portanto, em defesa de todos os brasileiros”, disse Vagner.
Os dirigentes da CUT Nacional e Estadual (Cedro Silva, presidente da CUT-BA também estava presente) e da FUP estão indignados com a direção da Petrobrás que, além de recorrer a ações violentas da polícia, está recorrendo também à Justiça para tentar intimidar os trabalhadores e acabar com a greve. Quem denunciou essa atitude da empresa foi Vagner, que considerou as ações da companhia um atentado contra a liberdade sindical.
Segundo ele, a Petrobrás está recorrendo à Justiça para aplicar multas altíssimas para intimidar os trabalhadores, “uma atitude claramente antissindical”.
“O Zé Maria (Rangel, coordenador-geral da FUP) acaba de me dizer que estão entrando até nas contas pessoais dos companheiros da FUP. Isso é ilegal. É um absurdo! É atentar contra a liberdade sindical”, denunciou Vagner.
O dirigente está se referindo ao uso de interditos proibitórios, instrumento jurídico que trata do direito de propriedade, para tentar coagir a chantagear o movimento sindical, impondo multas diárias absurdas. No Paraná e na Bacia de Campos, os sindicatos estão sendo multados em R$ 100 mil por dia!
E as arbitrariedades não param por aí. Além dos assédios e intimidações, a Petrobrás também recorre à força policial para tentar impedir os trabalhadores de exercerem o legítimo direito de greve. Depois que a gerência da Rlam mandou prender Deyvid, outros episódios envolvendo as polícias Militar, Civil e até Rodoviária foram denunciados pelos trabalhadores.
Em São Paulo, dirigentes sindicais foram agredidos pela Polícia Militar no Terminal de Guararema e dois petroleiros foram presos numa ação truculenta da política militar que tenta impedir o direito de greve dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobrás. No Paraná, há relatos de que os policiais rodoviários circulam livremente pela Repar, sentando lado a lado dos petroleiros no refeitório.
Na opinião do presidente da CUT, ao contrário do que pretende a empresa, essas ações motivam a militância a se solidarizar e participar da greve dos petroleiros porque hoje “o petroleiro representa cada trabalhador e trabalhadora que quer defender a Petrobrás. A luta em defesa da Petrobrás é a maior luta de nossas vidas”, concluiu Vagner, que pediu uma audiência ao presidente da Petrobrás, Aldemir Bedine, Dida, para discutir o projeto “Pauta pelo Brasil” – tanto ele quanto a presidenta Dilma Rousseff já têm cópia do documento. O objetivo é discutir o conteúdo do projeto que propõe conteúdo nacional para valorizar a tecnologia nacional, a geração de emprego e o fortalecimento das empresas brasileiras, entre outras coisas.
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