Brasília – A Federação Interestadual dos Trabalhadores e Pesquisadores em Serviços de Telecomunicações (Fitratelp) reuniu seu Conselho Diretor nos dias 18, 19 e 20 de maio, em Brasília, para debater com especialistas e convidados os grandes desafios que a federação e os sindicatos filiados têm pela frente na atual conjuntura político-econômica. Os dirigentes sindicais estão convencidos de que é preciso resistir às tentativas dos golpistas e não permitir retrocessos. Além disso, é prioridade da entidade lutar para preservar os empregos e os direitos dos trabalhadores e avançar nas conquistas sociais iniciadas nos governos Lula e Dilma.
Como não poderia ser diferente, a federação já se uniu às demais organizações dos trabalhadores contra a consolidação do golpe e seus desdobramentos. Para os líderes sindicais, o afastamento da presidente eleita com 54 milhões de votos é a primeira investida dos derrotados nas urnas. O segundo passo, não menos ou talvez mais nefasto, é a provação no Congresso Nacional de projetos nocivos a classe trabalhadora brasileira. No caso dos trabalhadores do segmento de telecomunicações, o Projeto de Lei 4330 – em tramitação no Senado como PLC 30 – propõe a terceirização sem limites. Se ele for aprovado, será a oficialização da precarização das condições de trabalho no Brasil.
No encontro, os sindicalistas se manifestaram também de forma incisiva contra todas as tentativas de eliminar direitos e conquistas dos trabalhadores e aclamaram as lideranças sindicais para potencializarem suas forças na base da categoria para o enfrentamento desse momento difícil que o Brasil atravessa. “Esse não é momento para o desânimo, pelo contrário, é o momento de reascender a chama da resistência para enfrentar esta dura realidade”, enfatizou o presidente da Fitratelp João de Moura Neto.
Para a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), o país vive um momento extremamente turbulento e perigoso, pois estamos sob os efeitos de um golpe. “Quando temos uma ruptura democrática, temos todos os direitos ameaçados”, alertou Erika. Ainda de acordo com a parlamentar, o processo de resistência ao golpe possibilitou a unidade da esquerda e do movimento social brasileiro. Para chamar a atenção dos participantes do encontro, a deputada citou uma frase atribuída ao ex-presidente Lula “nunca ousem duvidar da capacidade de luta e de organização da classe trabalhadora”, lembrou visivelmente emocionada.
Os presidentes da Central Única dos Trabalhadores em Goiás e no Distrito Federal Mauro Rubem e Rodrigo Britto, respectivamente, enfatizaram o protagonismo da Fittel e Fitratelp pela ampliação dos direitos trabalhistas e contra a privatização das empresas de telecomunicações, o desemprego, a precarização das condições de trabalho nas empresas de telecomunicações. “Precisamos defender a classe trabalhadora e, sobretudo, os trabalhadores dos setores onde existe uma exploração exacerbada como é o caso das operadoras de telemarketing pelo país a fora”, disse Mauro Rubem. Já Rodrigo Britto ressaltou o papel da CUT-DF nos movimentos em defesa da democracia, das conquistas dos trabalhadores e da sociedade brasileira.