Algumas centenas de sindicalistas feministas brasileiras estarão entre as mais de oito mil mulheres de todos os continentes, que estarão reunidas a partir do próximo domingo (30), no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.
Pela primeira vez, o Congresso Mundos de Mulheres (MM) será realizado na América do Sul.
Depois de passar por Israel, Holanda, Irlanda, Estados Unidos, Costa Rica, Austrália, Noruega, Uganda, Coreia, Espanha, Canadá e Índia, é a vez do Brasil sediar o 13º Women’s Worlds Congress (MM), em um único evento, com o Seminário Internacional Fazendo Gênero (FG)até 4 de agosto.
“A grande diferença desta edição é que será, pela primeira vez na história do MM, uma junção entre a academia e a sociedade civil. Uma oportunidade, para as mulheres dos mais variados movimentos, como índias, trabalhadoras do campo, da cidade, negras, mulheres trans, travestis, bissexuais e lésbicas, de criar uma grande rede mundial de mulheres contra o machismo, racismo e o patriarcado”, explicou a trabalhadora rural e vice-presidenta da CUT, Carmen Foro.
Com a temática “Transformações, Conexões, Deslocamentos”, o evento une academia e ativismo com a proposta de ser um espaço de diálogo entre as mulheres de várias partes do mundo sobre questões de gênero, feminismo e suas relações com raça/etnia, classe, nacionalidade, religião, entre outros recortes.
“Mulheres trabalhadoras uni-vos”, finalizou a vice-presidenta fazendo uma analogia ao slogan político de Karl Marx.
Entre os temas de destaque estão o direito de viver sem violência, educação e gênero, descriminalização do aborto, sexualidades, masculinidades e transidentidades – marcando a inclusão de novos sujeitos à história dos feminismos.
“Para nós, militantes feministas do movimento sindical, será uma oportunidade de debater o mundo do trabalho com outras organizações do movimento social e de mulheres que fazem parte da academia para trocarmos experiências a partir do nosso lugar e de nossas miradas. Poder fazer esse intercâmbio, em minha opinião, só enriquecerá o mundo das mulheres em sua totalidade”, afirmou a secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Martins Batista.
“Priorizamos diferentes segmentos sociais, porque nós, como mulheres brancas, de certa forma hegemonizamos o campo acadêmico, precisamos abrir mão desse espaço para dizer ‘venham ocupar’. E o mais importante que as pessoas possam dizer como querem fazer seu protagonismo”, explica a acadêmica, educadora sindical e uma das coordenadoras do MM, Vera Gasparetto.
Na noite da última quarta-feira (26) a organização da atividade divulgou a programação da semana internacional feminista.
“Além dos auditórios onde acontecerão os debates e palestras, terão três grandes tendas: uma tenda da saúde, com representantes do conselho nacional da saúde, troca de ervas medicinais etc; outro espaço chamado de Tenda Feminista e solidário, com comércio feminista alternativo e venda de artesanatos; e a Tenda Mundo de Mulheres um espaço de troca de vivências e intercâmbio culturais", contou a secretária de Mulheres da CUT Santa Catarina, Sueli Silvia Adriano.
Também terá uma tenda pra tratar de saúde da mulher.
“A CUT acertadamente participa das atividades do fazendo gênero pautando a saúde da mulher no momento de retirada de direitos como estamos passando”, explicou a secretária Nacional da Saúde do Trabalhador da entidade, Madalena Margarida.
“Não podemos deixar que a maior política pública em andamento no Brasil (SUS)e sustentada nas lutas populares seja esvaziada e extinta como propõe os golpistas”, destacou Madalena.
Também está na programação a “Marcha Mundo de Mulheres por Direitos”, na próxima quarta (2), no mesmo dia que o Congresso Nacional vai votar a aceitação do processo de impeachment do presidente ilegítimo Michel Temer, denunciado por corrupção.
Segundo a diretora Executiva da CUT Nacional, Mara Feltes, que está participando da organização da Marcha, as mulheres do mundo são solidárias ao nosso momento político e aderiram as pautas do Fora Temer, pela revogação da Reforma Trabalhista e por Diretas Já.
A marcha, além de chamar atenção e fazer barulho pelas pautas gerais, também vai denunciar as múltiplas violências, opressões e assédios, físicos e psicológicos que matam e adoecem mulheres cotidianamente no Brasil.
“A cidade vai ter que parar! Nós iremos ocupar as ruas da cidade com as bandeiras e faixas da CUT para chamar atenção e sensibilizar a população entender as demandas das mulheres do mundo”, finalizou Mara.
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Fonte:www.cut.org.br