Após 9 longos dias, o embate ocorreu em todas as esferas e produziu o efeito necessário para mostrar, tanto à ARM, quanto à Oi, que os trabalhadores são parte importante da engrenagem que movimenta o setor de telecomunicações e têm que ser respeitados!
Ao longo destes dias, na média, 75% do pessoal cruzou os braços e transformou esta paralisação na maior do país em nosso setor, desde a privatização (talvez, até para "comemorar" os 10 anos...).
Só para lembrar, nos primeiros 4 dias o índice de paralisação "bombou" em 90% e nem serviço essencial foi atendido...
Lembrando, ainda, que, além do Recife e região metropolitana, paramos completamente três outras cidades importantes e parcialmente, mais três. Ou seja, pela primeira vez, desde a privatização em 1998, tivemos uma greve estadual.
Dos cerca de 1.200 trabalhadores em Pernambuco, mais ou menos 1.000 estiveram parados.
A rede está um caos. Até o serviço móvel foi atingido e tem funcionado com dificuldades. Isto sem falar na transmissão de dados, internet e telefonia fixa, que funcionam precariamente. A greve encerrou com os sistemas de acompanhamento de serviços da Oi, apontando 8.000 defeitos sem manutenção.
Para por em ordem a casa, a ARM e a Oi estimam em 90 dias de serviço ininterrupto!
Evidente, que o saldo não foi só positivo. Devido ao grande enfrentamento, principalmente durante o final de semana (quando a Oi e a ARM montaram uma operação de guerra com trabalhadores de fora do Estado para "sufocar" a paralisação...), tivemos dezenas de carros quebrados. Alguns trabalhadores agredidos e até tiro, teve. Gente ferida e gente presa...
Com o fracasso da operação "final de semana" das empresas, eles se viram obrigados a voltar à mesa de negociação e ontem à tarde, sob a mediação da Procuradoria do Trabalho, chegamos a um entendimento.
Submetida à assembléia e com nossa orientação neste sentido, foi aprovada a proposta que segue abaixo:
Piso de R$ 450,00 (9% de reajuste); Tíquete de R$ 7,00 (16% de reajuste); cesta-básica de R$ 60,00 (12% de reajuste); adicional por dirigir veículo de R$ 58,00 (7% de reajuste); adicional de periculosidade de 13% (30% de reajuste); Salários acima do piso, reajuste de 5%; Jornada de trabalho de 40h semanais; fim do Banco de Horas; liberação de 1 dirigente sindical com ônus para a empresa; não-desconto dos dias parados (o que ela já descontou, será reposto no próximo contracheque) e, importantíssimo, não-punição aos grevistas!
Todos os demais itens da atual convenção coletiva estão mantidos e tudo será retroativo a 1 de maio (reafirmada como nossa data-base).
Para quem no dia 26 de maio sequer queria garantir a data-base, até que a ARM e a Oi, avançaram um pouco...