Um dos argumentos mais utilizados pelos empresários a favor da terceirização e contra os direitos trabalhistas brasileiros é o de que o custo da mão de obra no Brasil é muito alto. Trata-se de um argumento falso, destinado a confundir o debate e pressionar o parlamento e o governo a promover o desmonte da legislação trabalhistas e de direitos conquistadas há quase um século, como é o caso da Carteira de Trabalho que este mês completa 82 anos.
Analisando os dados disponíveis com honestidades, podemos ver que o trabalhador brasileiro custa 3 vezes menos que o americano, quase 2 vezes menos que o trabalhador argentino e 6 vezes menos que o trabalhador norueguês (veja quadro baixo). Isso quer dizer que, ao contrário do que a direita e os empresários afirmam, o principal problema desse país é a baixa remuneração do trabalho que impede a criação de um mercado interno maior e mais pujante.
Então, quando você ver um desses economistas neoliberais vociferando na TV ou na rádio contra o que eles chamam de “custo Brasil”, troque de canal, troque de estação porque ele está tentando te convencer que o problema do país é o tamanho do salário que você ganha. Não espere que esses economistas, que adoram o papel de profetas do caos, afirmem que o problema do Brasil está na sua selvagem distribuição de renda. Não, para eles é preciso passar o trator nos direitos sociais, na bolsa família, na CLT, ampliando ainda mais o abismo entre as classes sociais.