Em julho, o presidente da Telefónica, César Alierta, afirmou ao Financial Times que a empresa espanhola apresentou uma oferta de 3 bilhões de euros para comprar a outra metade da operação conjunta que possui com a Portugal Telecom na Vivo .
"Sei perfeitamente que a Telefónica está interessada em comprar os 50% da Portugal Telecom, mas a Telefónica também sabe que a Portugal Telecom está interessada em comprar seus 50%", disse Henrique Granadeiro ao jornal português Diário Econômico.
Granadeiro afirmou que é necessário ter uma operadora portuguesa que seja compradora no mercado global formado por 200 milhões de pessoas que falam português. "O Brasil nos dá escala; e a África é que nos dá rápido crescimento."
A relação da Portugal Telecom com a Telefónica, que possui uma participação de 10% na companhia portuguesa, se deteriorou quando a empresa espanhola apoiou a Sonaecom em sua tentativa fracassada de compra hostil da Portugal Telecom, em março.
Granadeiro disse que a direção de ambas as companhias mantém agora uma boa relação.
A Vivo tem se recuperado depois de anos de desempenho fraco, o que, de acordo com analistas, tem contribuído para o crescente interesse da Telefónica e da Portugal Telecom pelo controle total da maior operadora celular do Brasil.
Vivo se torna nacional depois de leilão da Anatel
A Vivo, maior operadora de telefonia móvel do país, conseguiu na terça-feira passada frequências que permitirão à empresa finalmente estabelecer uma rede nacional, incluindo seis Estados do Nordeste onde ainda não atuava.
Em leilão organizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Vivo disputou 15 lotes de sobras de frequências na faixa de 1,9 Gigahertz (Ghz) e arrematou 13 deles, oferecendo no total R$ 170 milhões, o que representou ágio médio de 51% sobre os preços mínimos.
Telefónica também disputa a Telecom Italia, da TIM
A Anatel vai decidir em outubro sobre a negociação que colocará a Telefónica como uma das donas da Telecom Italia, afirmou o presidente da agência, Ronaldo Sardenberg.
A operação precisa da aprovação da agência brasileira porque a unidade celular do grupo italiano, a TIM Brasil, compete com a Vivo, joint-venture da Telefónica e da Portugal Telecom .
A Anatel está analisando os planos pelos quais uma holding chamada Telco, na qual a Telefónica vai deter cerca de 42%, compra uma participação de controle na Telecom Italia de 23,6%.
- Minha expectativa é que o debate para tomar a decisão ocorra em outubro - disse Sardenberg a jornalistas após conferência em Lisboa.
A Telefónica tem afirmado estar confiante de que conseguirá aprovação da Anatel para o negócio.
Sardenberg disse que a decisão será tomada em algum momento em outubro, "mas que não há data fixada". Ele informou que não houve decisão preliminar da Anatel no sentido de aprovar ou rejeitar a operação.
Há duas semanas, a assessoria de imprensa da Anatel informou que o conselho da agência, formado por cinco membros, só estaria completo em meados de outubro, com o retorno de férias do conselheiro Plínio Aguiar, no dia 15 do próximo mês.