A audiência foi realizada no Ministério da Justiça às 14h no auditório Tancredo Neves, coordenada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério e teve como objetivo consolidar as propostas recebidas da sociedade para o texto que irá regulamentar este serviço, uma vez que há enorme insatisfação e um número expressivo de reclamações dos clientes que o utilizam.
Ao todo foram realizadas quatro audiências públicas. A Fittel, já havia participado da terceira, com a as diretoras Cristina Campelo e Lacy da Matta. Apesar de ser uma audiência que trata de uma relação entre prestadoras de serviço e consumidor, não poderíamos estar fora das discussões, uma vez que o trabalhador intermédia esta relação e por isto está diretamente envolvido nesta relação, daí o interesse nosso em participar, da audiência tem sua importância, pois busca ouvir as partes envolvidas buscando equacionar as questões através de um documento normativo.
Uma só voz foi entoada pela Fittel com o reforço dos representantes do Sintratel na pessoa do seu assessor e do Sintetel representados por suas assessorias jurídicas e pelo Diretor Mauro. Nossas colocações foram em apoio a iniciativa, sugerimos alterações no texto que foram acatadas com uma única exceção, em referencia a obrigatoriedade da empresa em guardar por seis meses a gravação do atendimento do serviço. Um profissional que trabalha sabendo estar monitorado em todo seu tempo laboral, tende a ter um alto nível de estresse, este foi o único ponto polêmico do debate e melhor porque deu um bom debate, todos da mesa de trabalho pautaram suas considerações ao ponto levantado por nós. Veio da mesa de trabalho a afirmação que o direito do consumidor não fere os direitos trabalhistas. Recebemos um esboço de apoio pela continuidade de nossa luta no campo trabalhista para garantir melhores condições de trabalho.
Aproveitamos para registrar os descasos das empresas com o trabalhador desta área, a alta rotatividade que dificulta a qualificação e o treinamento, o índice elevado de adoecimento gerado pelo trabalho repetitivo e estressante dado a pressão constante no trabalho, o duplo prejuízo social que é o adoecimento de milhares de jovens que muitas vezes estarão inaptos ao trabalho e o ônus deste crime à Previdência Social que é quem paga a conta deste descaso.