Nesta quarta-feira (08), mulheres de diversos Movimentos Populares lançam manifesto contra a reforma da previdência golpista e convocam lutas para o mês de março.
O documento denuncia o aprofundamento do golpe parlamentar, midiático e jurídico que rompeu com a democracia em 2016, e relaciona os impactos do avanço do conservadorismo, da perda de direitos sociais e trabalhistas historicamente conquistados à vida das mulheres.
“Os desmontes dos direitos e das políticas sociais atingem de forma particular as mulheres. Quanto mais avançam a privatização e a precarização da saúde e da educação, por exemplo, mais se intensifica a sobrecarga de responsabilização e de trabalho das mulheres, aumentando desigualdades de gênero, classe, raça e de geração”, salienta trecho do documento.
No entanto, um dos temas centrais do documento é a Reforma da Previdência apresentada pelo governo golpista de Michel Temer, que propõe igualar a idade de homens e mulheres, trabalhadores(as) rurais e urbanos para 65 anos, com 25 anos de contribuição. Dessa forma, as trabalhadoras rurais, por exemplo, que até agora se aposentavam com 55 anos, precisarão trabalhar pelo menos 10 anos a mais.
“Equiparar a idade de homens e mulheres para aposentadoria é desconsiderar a tripla jornada de trabalho das mulheres, que garantem a realização do trabalho doméstico e de cuidados, além da reprodução da força de trabalho. Com as novas regras, as pensões por morte e os benefícios assistenciais definidos pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) deixam de ser vinculados ao salário mínimo e a idade de acesso do Benefício da Prestação Continuada (BPC) passará para 70 anos, retirando o acesso de milhares de pessoas ao benefício que, em diversas famílias, é a única fonte de renda”, denuncia.
Para trabalhadoras e trabalhadores rurais, a PEC 287/2016 propõe várias mudanças que dificultam significativamente o acesso aos direitos previdenciários. As mulheres trabalhadoras do campo, da floresta, das águas e da cidade, manifestam sua posição contrária à reforma da Previdência que retira direitos adquiridos pela classe trabalhadora, mas não mexe nos privilégios das classes dominantes e convoca todas as mulheres para a luta.
“Só com uma ampla mobilização impediremos esses retrocessos. Nosso caminho e alternativa é resistir e lutar juntas!!! Por isso, convocamos a todas as mulheres e organizações de mulheres a participar do processo de construção das ações do Dia Internacional de Luta das Mulheres, 08 de março: lutas em defesa dos nossos direitos contra a reforma da Previdência Social”, finaliza documento.
Fonte: www.mst.org.br