Lula foi recebido com festa pelos participantes da Reunião da Direção Nacional da CUT na manhã desta quinta, em São Paulo. Ele foi convidado para fazer análise de conjuntura.
O ex-presidente entrou na sala ao som de “Lula, Lá”, jingle da campanha presidencial de 1989, seguido pelo refrão “O Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”, entoado pelos dirigentes da CUT. Logo após, teve início o debate.
Lula aparentava tranquilidade e demonstrou o habitual bom-humor ao falar dos desafios econômicos e políticos do Brasil neste momento.
Sobre as denúncias que pesam sobre ele, falou brevemente apenas ao final de sua análise. Agradeceu o apoio recebido e disse já ter dado os esclarecimentos necessários. “Não vou ficar batendo boca. Isso é igual apelido: se você se enraivecer, aí é que pega. Mas quero garantir a vocês: se alguém achar que isso me deixa sem dormir, vai cair do cavalo. Vamos cuidar de coisas mais importantes, vamos cuidar de construir propostas e políticas para os trabalhadores.
Lula também exortou o movimento sindical cutista a seguir firme na disputa pelos rumos do governo de Dilma, por intermédio da insistência no debate e no convencimento, especialmente sobre os integrantes do governo que têm raízes nos movimentos populares. Portanto, é preciso manter a defesa da continuidade do mandato (“o que tem do lado de lá é muito pior”.
O presidente Vagner Freitas, ao anteceder Lula, lembrou que a defesa do mandato não é a defesa da Dilma em si, mas a luta pela preservação de um legado que vem sendo construído há décadas e que seria destruído em caso de impedimento. “O vácuo de poder imporia à esquerda brasileira uma derrota que abriria caminho para a eliminação de direitos, políticas sociais e até da organização sindical”, disse.
Vagner destacou igualmente que as mobilizações de rua que a CUT realizará daqui por diante terão como bandeiras principais a proteção do emprego, a manutenção da seguridade social contra a proposta de reforma da previdência, a defesa de Lula e a mudança da política econômica.
Frases de Lula nesta quinta:
“Superávit primário é algo que quando puder se faz, quando não puder, não se faz. É assim no mundo inteiro”.
“O jeito de recuperar a economia não é arrochar, é investir”.
“Creio que é preciso combinar um processo de investimento produtivo, especialmente na infraestrutura, com uma política de incentivo ao consumo”.
“Quando não há crise, qualquer economista sabe o que fazer”.
“Numa crise, a política tem de ajudar a resolver”
“O que eles (a oposição) quer é destruir um projeto que fez esse povo levantar a cabeça, eles querem destruir isso”
“O preconceito virou moda. O racismo virou moda. E o desatino se resolve na política, com bom humor, com convencimento”.
“Vocês não podem deixar de vender esperança para os trabalhadores”
Fonte: www.cut.org.br