Teresina – A Fitratelp reuniu seu Conselho Diretor (CD) para debater com os sindicatos filiados à federação a conjuntura político-econômica, o desemprego, a precarização das condições de trabalho e as ameaças aos direitos trabalhistas no governo golpista de Michel Temer. O evento ocorreu nos dias 17,18 e 19 de agosto em Teresina (PI), com a participação de especialistas em direitos trabalhistas e estudiosos que ajudaram nas análises dos desafios e as perspectivas que a classe trabalhadora brasileira tem pela frente.
No encontro, foi informado que no Congresso Nacional tramitam dezenas de projetos nocivos aos trabalhadores, o que exige dos sindicatos e da federação uma postura cada vez mais firme em defesa dos direitos conquistados com tantas lutas e sacrifícios. “O momento em que vivemos tem consequências gravíssimas em função da questão política que ora vivenciamos no Brasil, portanto, esse CD tem a missão de pensarmos o mundo sindical que está por vir”, enfatizou o dirigente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações - FITTEL Fernando Cançado. De fato, mobilizar a categoria para não permitir retrocessos é o grande desafio que temos pela frente.
De acordo com o presidente da Fitratelp, João de Moura Neto, a participação do DIEESE no Conselho Diretor foi essencial para analisar a conjuntura econômica e preparar os sindicatos para as negociações coletivas do segundo semestre de 2016. “Fizemos um debate muito rico com o DIEESE sobre o emprego, como esse mercado vai se comportar e qual a projeção para o futuro”, explicou Moura. Ainda segundo Moura, a participação da diretora da CUT nacional Mara Feltes contribuiu substancialmente para enriquecer a discussão sobre a importância da participação das mulheres nas atividades sindicais.
Para o diretor de Comunicação da Fitratelp, Juan Sanchez, o CD deliberou ações em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras em Telecentro (Call Centers), terceirizados, das operadoras e aposentados - os quatro segmentos que a federação representa -, bem como de toda a sociedade brasileira, principalmente, neste momento político turbulento que o País atravessa. “A realidade nos leva a luta permanente e a Fitraelp jamais irá fugir disso. Por isso, estamos conclamando os sindicatos filiados para se engajarem ainda mais nessa luta contra o golpe e pela manutenção dos direitos da classe trabalhadora”, destacou Juan.
Lançamento de livro
No segundo dia do CD, ocorreu o lançamento do livro “A Classe Trabalhadora e a Resistência ao Golpe de 2016” em Teresina. A obra tem 69 artigos de 87 autores diferentes. A publicação denuncia o caráter classista do golpe de Estado em curso no Brasil, que resultará na precarização dos direitos sociais, especialmente dos trabalhadores, além é claro, da reversão na trajetória de distribuição de renda no País. Para os participantes do CD, o livro contribui para uma análise mais detalhada dos interesses ocultos que estão por trás deste golpe contra a presidente Dilma Rousseff.
Emoção nos 50 anos de Sinttel-PI
O Sinttel-PI completou 50 anos de existência realizando uma confraternização digna de elogios e aplausos, muitos aplausos. Cerca de 300 convidados testemunharam esse momento histórico ocorrido na capital piauiense. Fundado em 1966, em plena Ditadura Militar, o sindicato manteve-se ao longo de meio século na vanguarda dos trabalhadores do segmento. A emoção tomou conta do ambiente quando o primeiro presidente da entidade foi chamado para compor a mesa de honra. “Dos 22 fundadores do Sinttel-PI apenas 5 não estão conosco. Os demais ainda estão aqui conosco e para a nossa alegria frequentando o sindicato, nos enchendo de orgulho e fazendo com que a gente olhe para eles e diga: NOS ESTAMOS HONRANDO A HISTÓRIA QUE VOCÊS COMEÇARAM”, disse visivelmente emocionado o atual presidente do sindicato João de Moura Neto.
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