As federações Fitratelp, Fenattel e Livre tiveram audiência com o ministro das Comunicações Juscelino Filho para discutir a situação da Oi S.A
A preocupação é com continuidade dos serviços prestados à sociedade, os empregos e direitos dos empregados
Nesta quinta-feira (16/3), os representantes das federações Fitratelp/Fittel, Fenattel e Livre tiveram uma audiência com o ministro das Comunicações Juscelino Filho, para tratar a situação da Oi S.A. A empresa está em um processo difícil, causando uma grande preocupação nos trabalhadores. Participaram da audiência João de Moura Neto, Brígido Ramos e Lula Torres, presidentes da Fitratelp/Fittel, respectivamente; Lauro Siqueira da Fenattel; Hamorabi Duarte da Livre e o diretor da CUT Nacional Valeir Ertle.
Durante a audiência, as Federações apresentaram ao ministro suas preocupações com o futuro da Oi, uma vez que a empresa tem uma infraestrutura de rede do qual dependem os serviços essenciais nas áreas de saúde, segurança pública e órgãos de governos na esfera federal, estadual e municipal. Os sindicalistas alertaram o ministro que aproximadamente 60 mil empregos diretos e indiretos estão ameaçados, devido a essa instabilidade na empresa.
Os sindicalistas lembraram que o Governo Lula tem um compromisso com a geração de empregos no país e todo esforço precisa ser feito, inclusive, com a participação das entidades que representam os trabalhadores da Oi, para garantir a continuidade dos serviços oferecidos à população, principalmente das pequenas cidades e regiões remotas. “Com exceção de São Paulo, a Oi é essencial para a maioria das cidades do país”, afirmou o diretor da CUT Nacional Valeir Ertle.
Por outro lado, o ministro Juscelino Filho afirmou estar informado da situação da Oi desde que assumiu o ministério. Segundo o ministro, a questão tem sido tratada a nível federal, tendo a participação de outros órgãos e da Casa Civil da Presidência da República. “Estive com a AGU (Advocacia Geral da União) para tratar da questão da Oi”, afirmou. O debate vai continuar buscando uma solução definita para a situação.
Os dirigentes sindicais lembraram ao ministro que, na pandemia da Covid-19, os serviços de telecomunicações foram considerados como essenciais à sociedade. Muitos trabalhadores adoeceram no exercício das suas atividades, bem como vários óbitos foram registrados na categoria. As empresas aumentaram seus lucros, mas os trabalhadores não tiveram o reconhecimento merecido.
PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
Os representantes das federações aproveitaram a audiência para levar ao ministro informações sobre as condições de trabalho praticadas nas empresas provedoras de internet. “Temos uma massa de trabalhadores submetida as piores condições de trabalho nas provedoras, o que é uma grande preocupação nossa também”, enfatizou o presidente da Fittel Brígido Ramos. Muitos trabalhadores têm sofrido acidentes graves, inclusive com mortes, devido às pressões, assédios e não cumprimento das normas de segurança pelas empresas.
UNIVERSALIZAÇÃO
O ministro afirmou que vai conseguir avançar na universalização da Banda Larga, pois essa é uma política do Governo Lula. Nesse sentido, as medidas estão bastante adiantas para que os recursos do FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) sejam utilizados pela primeira vez depois de 23 anos que foi criado com essa finalidade. “A gente vai conseguir avançar na universalização, inclusive, já conversamos com o presidente Lula sobre isso”, disse. O representante da Fenattel, Lauro Siqueira, enfatizou que o governo precisa fazer investimentos para o serviço de banda larga chegar às cidades pequenas.
Para o presidente da Fitratelp, João de Moura Neto, a audiência foi importante porque ouviu do ministro Juscelino Filho que há uma preocupação do governo Lula de encontrar uma solução. Além disso, as federações estão unidas em um objetivo comum: manter a continuidade dos serviços prestados pela Oi S.A à sociedade brasileira, preservando os empregos e direitos trabalhistas dos empregados. Esse entendimento é compartilhado com o representante da Livre. “Nossa luta é incansável em defesa dos trabalhadores da Oi”, garantiu o diretor da Livre Hamorabi Duarte.
No próximo dia 21/3 as Federações vão se reunir com o presidente da Oi S.A Rodrigo Abreu. Novas audiências estão sendo agendadas também no Ministério da Fazenda e na Casa Civil da Presidência da República.