O candidato à presidência da República, Fernando Haddad (PT), em participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (22), alertou o povo brasileiro sobre o perigo que corre a democracia e o futuro do Brasil se a população não barrar o candidato de extrema direita nas urnas.
"Estamos alertando o cidadão sobre o que pode acontecer com o Brasil no dia 28 de outubro. Meu adversário é uma pessoa que cultua a tortura. Que tem como principal herói o torturador mais bárbaro da ditadura militar, uma pessoa que diz a uma colega de trabalho (deputada Maria do Rosário) no parlamento que só não a estuprava porque ela não merecia".
"E diz mais", continuou Haddad, "disse que os quilombolas que conheceu sequer servem para procriar. Que não perde oportunidade de ofender a mulher, disse que os nordestinos deviam comer capim. Uma pessoa dessa não tem tradição que respeita a redemocratização. As qualificações dele não o habilitam para governar o país em tempos democráticos."
Haddad lembrou, ainda, que seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), em discurso transmitido durante manifestação na Avenida Paulista neste domingo (21), afirmou que iria eliminar fisicamente seus opositores e que eles teriam de escolher entre a prisão e o exílio. "As pessoas precisam saber até o dia 28 de quem se trata", disse Haddad. "Estou concorrendo com uma pessoa que nunca administrou nem um boteco."
As fake news
Apesar dos jornalistas do programa tentarem ignorar por mais de uma vez as tentativas de Haddad de denunciar as fake news disseminadas por Bolsonaro, o candidato da Coligação 'O Brasil Feliz de Novo' insistiu em abordar o assunto e denunciar essa prática imoral que atenta contra a democracia e a verdade. "Só contra Manuela [D’Ávila] foram 13 milhões de mensagens falsas pagas com dinheiro de caixa 2."
Nesta segunda-feira (22), o Facebook removeu 68 páginas e 43 contas da rede social que, juntas, formavam a maior rede pró-Bolsonaro da internet. De acordo com a nota oficial do Facebook, as contas foram excluídas porque os donos violaram as políticas de autenticidade e spam ao criar contas falsas e com os mesmos nomes para administrar a rede de páginas.
Antipetismo
Ao ser questionado sobre a "onda contra o PT", Haddad afirmou que sempre houve antipetismo, o que é natural, já que é um dos maiores partidos de massa no mundo. E que a legenda assume que houve erros, como o fato de o controle sobre os ministérios não terem sido utilizados nas estatais nos governos petistas. "Mas represento um projeto que precisa ser resgatado. Houve problemas e já reconheci", disse.
A banca do Roda Viva também estava muito preocupada em falar dos interesses do mercado e Haddad respondeu uma a uma das questões, com destaque para a proposta de uma reforma bancária. "O Banco Central vai ter de fazer no meu governo a reforma bancária e não poderá mais ser capturado pelos interesses dos bancos. Se nós não fizermos a reforma bancária, não teremos futuro."
Confira a íntegra da entrevista:
*Com informações Rede Brasil Atual