Lisboa com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, a reiterar a necessidade da criação de grupos fortes de media em Portugal que tenham importância a nível europeu, mas sublinhando que o Governo irá ter sempre em atenção a manutenção da concorrência no sector, ao mesmo tempo que impedirá o abuso de situações de domínio. O governante mostrou-se ainda contrário a situações de restrições dos conteúdos, sendo que Zeinal Bava, presidente executivo da PT Multimedia, mencionou mais tarde que a sua empresa é obrigada a vender os seus conteúdos a terceiros, não existindo por isso qualquer tentativa de manipulação nesse sentido. Zeinal Bava disse no entanto acreditar que deveria existir um controlo dos conteúdos por parte dos produtores, uma vez que, na sua opinião, "a PT é que investe" e faz desenvolver o sector em Portugal, e sem ela a SportTV não existiria. Um dos temas mais "quentes" do fórum prendeu-se com a autonomização da PT Multimedia do Grupo PT, depois do administrador executivo da Sonaecom Luís Reis ter manifestado os receios da sua empresa de que, apesar do `spin-off`, seria possível que a PTM e a PT continuassem muito próximas, uma vez que ambas as empresas teriam uma base accionista bastante comum, e que não visão da Sonaecom e dos especialistas, "não basta" substituir a administração da PTM. A estas declarações, Zeinal Bava respondeu que por toda a Europa as empresas de Telecomunicações possuem bases accionistas comuns, e que se levássemos o raciocínio da Sonaecom um pouco mais longe, então todas as empresas de media do mundo estariam em conluio. Na opinião do presidente executivo da PT Multimedia, o Grupo PT nunca condicionou a sua subsidiária de media, e a mudança de administração será um sinal claro de que o `spin-off` da empresa é uma realidade. No primeiro painel do dia, subordinado ao "Desenvolvimento da Tecnologia e o Impacto no Posicionamento dos Grupos de Media e Telecom", o presidente da Cisco Systems Carlos Brazão sublinhou que a indústria se encontra em transição, sendo que as "redes sociais e os vídeos serão os grandes factores de crescimento". Já para José Manuel Ferrari Careto, da administração da Anacom, a "convergência das Telecomunicações e dos Media" está a começar a chegar às casas dos portugueses, tendo no entanto mencionado que a autoridade reguladora considera que a frequência da radiodifusão está barata, e que terá de ser revista" em alta. No segundo painel, sobre "A Evolução do Mercado dos Media", o director executivo da OmnicomMediaGroupPortugal Luís Mergulhão notou que os grupos de media usam cada vez mais os meios digitais "como geradores de receitas, enquanto Ricardo Monteiro, presidente da Euro RSCG Portugal, sublinhou que a geração que tem actualmente entre 18 e 30 anos irá ser a que irá assistir à grande revolução digital, a qual faz já parte integrante da sua vida. Para este responsável, no mundo actual todos os cidadãos têm a possibilidade de serem jornalistas, graças ao uso de telemóveis e computadores pessoais, tendo igualmente a possibilidade de escolherem as notícias que querem, não estando limitados às que lhes são fornecidas pelos grandes grupos de media, o que aumenta fortemente o valor das ideias criativas, as únicas capazes de atrairem as atenções dos consumidores. O terceiro e último painel tratou do "Futuro dos Media e Telecom: Performance, Diferenciação e Crescimento", tendo-se focado no desenvolvumetno da Televisão Digital Terrestre (TDT). Neste, a PT Multimedia sublinhou que, no sector do cabo, é a quinta maior empresa do sector na Europa, uma dimensão que irá ser potenciada no seu `spin-off`. A Sonaecom mostrou-se preocupada em como o concurso possa não ser propício ao estímulo da concorrência, ao passo que o presidente da Confederação Portuguesa de Meios de Comunicação Social, Pedro Morais Leitão, mostrou-se decepcionado pelo facto de que, nos últimos sete anos, pouco ter sido feito para introduzir a TDT em Portugal, sendo provável que o nosso país seja o último da Europa Ocidental a introduzir este serviço, e que ademais o modelo adoptado pelo Governo "não oferece garantias". Já a AR Telecom aproveitou para lamentar as dificuldades que as empresas agressivas têm em entrar no mercado das Telecomunicações, tendo revelado que aposta nas últimas tecnologias, em particular no Wireless, para conseguir crescer até 2009. O secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações Paulo Campos encerrou o evento, tendo revelado quais os termos em que o concurso das TDT irá ser realizado em Portugal.