A corrupção no setor privado, o roubo da empresa por seus próprios executivos é um fenômeno generalizado. Em mais de 3 décadas de atuação sindical não nos faltaram informações sobre diretores que terceirizam serviços para empresas laranjas, realizam despesas e compras desnecessárias em fornecedores amigos e praticam fraude contábil e outras pilantragens econômico-financeiras. Muitos diriam que esses assaltos são uma questão privada, muitos casos realmente não envolvem dinheiro público, mas essa percepção é equivocada. A corrupção nas empresas é um mal igual ou maior do que a corrupção na esfera pública, pois faz mal à saúde da empresa e sua capacidade de gerar emprego e renda, além dos custos serem repassado ao preço dos produtos e serviços. Como sempre, todos nós pagamos a conta.
De novo, nos chegam notícias sobre novas pilantragem com novos personagens, mas com o mesmo modus operandi. A Vivo demitiu uma executiva suspeita de desviar pelo menos 27 milhões da companhia através do favorecimento em contratos de publicidade. A suspeita é que a executiva usava as 3 agências de publicidade que atendiam a VIVO para superfaturar as campanhas publicitárias. Uma fatia do valor pago às agências voltava ao executivo em forma de propina. Como acontece sempre depois que se arromba a porta, a empresa resolver providenciar a tranca, com a área de marketing da operadora, que recebe investimento anual de R$ 1,2 bilhão, passando atualmente por uma auditoria. Todos os contratos com fornecedores estariam sendo revistos em um trabalho coordenado pela sede da Telefónica na Espanha.