Vagner Freitas sobre votação do impeachment: “Já que foi conduzida por um ‘delinquente’, tem que ser anulada”

05/05/2016 - 18:29

Presidente da CUT questiona legitimidade da sessão do dia 17 de abril, que culminou na admissão do processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff

Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do seu mandato, decidido pelo ministro Teori Zavascki nesta quinta-feira (5), deslegitima a votação conduzida pelo peemedebista na Câmara dos Deputados que culminou na admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).

"Já que foi conduzida por um 'deliquente', e não sou eu quem chama o Cunha assim, foi o Janot, a votação do dia 17 de abril tem que ser anulada. Fica evidente que o Cunha só queria jogar uma cortina de fumaça sobre as acusações contra ele", afirmou Vagner Freitas.

Ainda sobre o afastamento de Cunha, o presidente da CUT espera que o processo seja levado adiante, "Que ele não seja apenas afastado, tem que ser cassado. Aliás, precisa ser julgado e condenado pelos crimes que cometeu. O mandato dele é uma afronta aos interesses da classe trabalhadora."

Nesta quinta-feira (5), o STF decidirá o futuro político de Cunha. Uma ação da Rede pede ao tribunal que afaste o peemedebista da presidência da Casa. Vagner aponta que o afastamento é necessário. "A gestão dele é horrorosa. Além das contas na Suíça e das denúncias de corrupção, ele transformou a Câmara dos Deputados em um enorme balcão de negócios."

Governo pedirá anulação da votação

"Nós já estamos pedindo e vou pedir. A decisão do Supremo mostra clarissimamente. Indiscutível. Eduardo Cunha agia em desvio de poder". A afirmação é do advogado-geral da União, o ministro José Eduardo Cardozo, que confirmou que o governo pedirá a anulação do processo de impeachment contra a presidenta.

Segundo Cardozo, a decisão do STF "evidencia aquilo tudo que estamos afirmando há muito tempo". Para o advogado-geral, não há dúvidas sobre a influência de Cunha na condução do processo de impeachment na Câmara.

"Não fosse o presidente Eduardo Cunha agindo desta forma, que levou ao seu afastamento hoje, esse processo não teria sido instaurado. Foi uma vingança. E isto qualifica o desvio de poder de Eduardo Cunha, hoje atestado por uma decisão judicial", encerra Cardozo.

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