No maior ato até agora contra o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) em Porto Alegre, milhares de manifestantes percorreram ruas do Centro e da Cidade Baixa em uma marcha pacífica nesta quinta-feira (19). O ato, convocado após os dois primeiros protestos que terminaram em agressões da Brigada Militar na semana passada, transcorreu sem maiores problemas. Ao final, um pequeno grupo permaneceu na avenida Loureiro da Silva, causando momentos de tensão, mas a polícia não avançou.
Para o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, “a mobilização foi mais um ato importante de resistência da juventude, dos trabalhadores e dos movimentos sociais contra Temer e o golpe em curso no Senado”. Ele alertou que “as manifestação irão aumentar cada vez mais no Estado e no País em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora e dos pobres, e contra os ataques do governo Sartori (PMDB) aos educadores, que estão em greve, aos demais servidores e aos serviços públicos”.
Bonecos de Temer, Cunha e Sartori são queimados
Assim como das outras vezes, a mobilização começou na Esquina Democrática, entre as ruas Borges de Medeiros e Andradas, por volta das 18h. Pouco menos de uma hora depois, os manifestantes começaram a caminhada pela Borges em direção ao Palácio Piratini, entoando “Ô ô Sartori, pode esperar, a tua hora vai chegar”.
Em ritmo acelerado e animado, sem deixar as músicas pararem, os manifestantes deram a volta na Praça da Matriz, embalados também pelos tambores do Levante Popular da Juventude. Nesse momento, bonecos de papelão de Temer, do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do governador José Ivo Sartori foram queimados.
Dentre os diversos grupos e pessoas presentes, era possível identificar faixas relacionadas ao movimento de mulheres e da cultura, setores ameaçados pelo governo de Temer. A multidão, que chegou a reunir 20 mil pessoas, segundo os organizadores, seguiu então pela rua Duque de Caxias, cantando “ai, ai, ai, ai, empurra o Temer que ele cai”. Os gritos de “fora Temer” e “Cunha, ladrão, teu lugar é na prisão” foram alguns dos mais entoados ao longo da caminhada.
Fonte: CUT-RS com Débora Fogliatto – Sul21