Por que a Oi ainda não negociou o ACT 2021?

05/11/2021 - 08:41

Os trabalhadores da Oi e Lojas Paggo estão cobrando explicações referentes às negociações do nosso Acordo Coletivo de Trabalho 2021/2022. Até o momento não tivemos nem a primeira reunião com a empresa

Por que a Oi ainda não negociou o ACT 2021?

Os trabalhadores da Oi e Lojas Paggo estão cobrando explicações referentes às negociações do nosso Acordo Coletivo de Trabalho 2021/2022. A Pauta de Reivindicações foi entregue há mais de mês, mas até o momento não tivemos nem a primeira reunião para dar início ao processo negocial.

Nossa data-base novembro já venceu, sem que o ACT 2021/2022 tenha sido negociado (?), cujo INPC do período referente à data-base outubro foi de 10,78% e com perspectiva de alta bem maior para novembro. Na realidade, os trabalhadores da Oi e Lojas Paggo acumulam perdas salariais de quase 20% no período, incluindo o reajuste de 4,77% (2020) que a categoria não teve.

Diante disso, fica uma pergunta no ar: será que este atraso em iniciar as negociações, não seja algo premeditado, com a Oi querendo fazer como nos anos anteriores, onde antecipa-se 50% do 13º 2022 e parte do PLR/PLACAR 2021, valores estes que já são do trabalhador, como forma de lubridiá-los?  Será que este ano a Oi quer repetir a prática de anos anteriores, onde o costume é a empresa enrolar... enrolar...enrolar na negociação, para passar o tempo, cansar os trabalhadores e deixá-los com expectativas e – somente perto do Natal – fazer uma proposta com itens que já são direitos dos empregados?

Diante disso, queremos verdadeiramente discutir com a Oi a íntegra de nossa pauta de negociações, bem como também saber até onde vai sua ganância. A empresa sempre chora dificuldades financeiras ano após ano, mas contraditoriamente nunca deixou de pagar dividendos vultosos para os acionistas. É paradoxal, para não dizer outras coisas, pois empresa fecha uma mão na hora de reajustar ou NÃO reajustar os salários dos empregados, mas a outra permanece aberta com muito dinheiro para os acionistas.

Além disso, queremos discutir também sobre este processo contínuo de precarização da mão de obra da própria Oi, uma vez que já foram demitidos 1.600 trabalhadores em 2020 e outras 1.200 demissões estão programadas para 2021, sobrecarregando os que continuam, pois não há reposição dos que saem. Todas essas questões que intrigam o movimento sindical e, principalmente, os trabalhadores, precisam ser colocadas em mesa de forma transparente e objetiva.

Finalmente, queremos uma negociação que reconheça os direitos dos trabalhadores a um reajuste que, no mínimo, reponha as perdas salariais de quase 20% do período, bem como negociar cláusulas sociais que não tem sido levado em conta nas últimas negociações. O maior patrimônio da Oi são seus trabalhadores, que deram o sangue para construí-la e torná-la competitiva no segmento de telecomunicações,  mesmo com todas as dificuldades impostas pela empresa ao longo do tempo. Espera-se que pelo menos na data-base haja o reconhecimento pelo trabalho muito bem feito durante todos esses anos por seus trabalhadores.