Goiânia - Nessa sexta-feira (11/3), a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado Federal realizou na Assembleia Legislativa de Goiás sua última audiência pública em nível estadual para debater o PLC 30, o projeto da terceirização. O presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), visitou todos os Estados e o Distrito Federal para discutir com sindicalistas e organizações da sociedade civil os pontos polêmicos do projeto.
No auditório completamente lotado, representantes de centrais sindicais, parlamentares e lideranças de movimentos populares fizeram discursos contra a proposta que está tramitando no Senado. Cartazes e faixas fixados nas paredes denunciavam os problemas que atingem os trabalhadores terceirizados no Brasil, entre eles, o número crescente de acidentes com mortes e mutilações graves. “Se terceirização fosse coisa boa, ninguém estaria aqui reunido nessa frente nacional na defesa dos trabalhadores”, afirmou a auditora fiscal do Trabalho Jacqueline Carrijo.
De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores em Goiás, Mauro Rubem, é preciso unificar a classe trabalhadora para não deixar que o processo de regressão dos direitos trabalhistas volte à realidade absurda vivenciada no século passado “porque esta é a proposta de redução de direitos que o PL da Terceirização impõe a todos nós”, enfatizou Mauro. O dirigente sindical foi bastante aplaudido, quando denunciou que o governador Marconi Perillo está querendo terceirizar a Polícia Militar de Goiás.
O senador Paim revelou dados gravíssimos sobre a situação dos trabalhadores terceirizados em todas as regiões do Brasil. “O terceirizado ganha em média, por tudo que eu comprovei na viagem que fiz pelo país, 50% a menos do que aquele que trabalha na empresa matriz; a cada 5 mortes em acidentes no trabalho 4 é em empresa terceirizada; a cada 10 acidentes com sequelas 8 é em empresa terceirizada; 80% das ações na Justiça é em empresa terceirizada”, garantiu o senador.
Sinttel-DF na luta contra o PLC 30
O Sinttel-DF compareceu à audiência para apoiar os trabalhadores e as organizações sindicais de Goiás que lutam contra o PLC 30. Se for aprovado do jeito que está formatado, o projeto vai oficializar a precarização das condições de trabalho dos terceirizados. Em Brasília, o sindicato vem atuando de maneira combativa para impedir que esta proposta seja aprovada no Congresso Nacional. “Esse projeto tira direitos, escraviza, mutila e mata trabalhador”, enfatizou o diretor do Sinttel-DF Mercione da Silva.
Oposição Sinttel-GO
O líder do grupo de oposição a atual diretoria do Sinttel-GO, Vanderley Nunes, representou a Fitratelp na audiência. O sindicalista explicou no seu discurso que “mais de 90% da nossa base hoje é formada de trabalhadores terceirizados, principalmente, de trabalhadores de call center. Se esse projeto passar no Congresso Nacional, vai ser um massacre grande contra a classe trabalhadora do nosso país”, disse. Vanderley afirmou ainda que a Fitratelp vai continuar lutando contra a terceirização sem limites e a favor dos trabalhadores terceirizados.
Carta da Nação
No dia 12 de maio, no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília (DF), uma carta denominada “Carta da Nação” contendo o resultado desse trabalho de consulta a população e as organizações sociais será aprovada por delegações de todo o País.