1º ENCONTRO NACIONAL DE TRABALHADORES EM TELEMARKETING E TELEATENDIMENTO

13/03/2010 - 00:00

Operadores e dirigentes sindicais de diferentes regiões do país participaram, nesta sexta-feira, 12 de março, da abertura do 1º Encontro Nacional de Trabalhadores em Telemarketing e Teleatendimento, promovido pela FITTEL. O evento, que será realizado nos dias 13 e 14, pretende promover o debate sobre a situação desses profissionais

Para o presidente da Fittel, Brígido Ramos, o encontro será fundamental para organização da categoria em todo o Brasil, além de tornar público à realidade dentro dos call center’s. “Os jornais falam do grande ganho de emprego no país devido, principalmente, ao setor de teleatendimento, contudo, deixam de falar das dificuldades enfrentadas por esses trabalhadores no dia a dia”. O presidente da federação ainda alertou aos sindicalistas presentes sobre a necessidade de maior participação dos operadores de telemarketing junto à organização sindical. “Esta é uma situação muito séria. A categoria de teleatendentes está prestes a se tornar a maior do mundo, e o trabalhador que não tiver a consciência do coletivo estará contribuindo para manter a exploração. Contamos com todos”, afirmou Brígido, agradecendo a presença das entidades filiadas e dos trabalhadores no encontro.
A operadora de telemarketing, Andresa do Vale, que representou a categoria na mesa, parabenizou a federação pela realização do evento e disse que o momento é o mais oportuno, considerando a celebração dos cem anos do movimento feminino, no dia 8 de março deste ano. Andresa comparou a luta dos teleatendentes a das mulheres, já que 60% da categoria é composta por trabalhadoras. A operadora lembrou o alto índice de assédio sexual e moral no setor.
O presidente da CUT Minas, Marco Antônio de Jesus, que participou da abertura do encontro, recordou como era o perfil da categoria de telefônicos antes da privatização do sistema Telebrás. “Os trabalhadores eram respeitados, mas agora, com a terceirização, as condições são muito precárias e apenas a lucratividade interessa”, afirmou o cutista, citando o império do homem mais rico do planeta, o mexicano Carlos Slim, dono das empresas Embratel e Claro. Outro representante de uma Central Sindical que contribuiu para o encontro foi o presidente da CTB Minas, Gilson Reis. O sindicalista comparou os call center’s às senzalas dos tempos de escravidão. “Os empresários deveriam repensar as relações de trabalho. Muitos acham ainda que estejam fazendo o bem simplesmente por dar uma oportunidade de trabalho. Os coronéis dos tempos da escravidão também pensassem ser bom para o negro o simples fato de sair da África. Emprego com precárias condições de salário é escravidão”, disse Gilson.
No encerramento da solenidade, o diretor do Sinttel-MG, Tiago Santana ressaltou a importância de promover a discussão do tema como forma de aumentar a ação sindical. “Se um sindicato se atém a problemas com folha de ponto que não chegou, a emissão de uma CAT, ou seja, se preocupa apenas em apagar incêndios, o trabalho dessa gestão será em vão. É preciso ira além e pensar de forma coletiva para resolver a situação da categoria”, afirmou o dirigente.